Isto foi explicado no porto espanhol pelo vice-diretor da Emergências da Generalitat, Jorge Suárez, que assegurou que não foi registado nenhum incidente grave, mas que tinha sido detetado um maior número de patologias do que o esperado, o que está a abrandar um pouco todo o processo.
Tratam-se de tipologias menores, causadas pela superlotação de muitos dias, escoriações, queimaduras, resultantes do contato com o combustível dos barcos com a água do mar, e mal-estar em geral, precisou Jorge Suárez.
A bordo do Dattilo havia mulheres grávidas, que por protocolo foram transportadas para o hospital, e menores, três dos quais foram transferidos para centros de saúde.
Cerca das 08:45 locais (07:45 em Lisboa) havia 130 pessoas, das 274 que viajavam no Dattilo, com o rastreio de saúde já feito e que estavam a finalizar o processo com as Forças de Segurança do Estado. Outros dez migrantes já tinham terminado todo o processo e saíram do porto em autocarros com destino ao seu alojamento em Cheste, disse o responsável.
Jorge Suárez contou que, ao chegar ao porto, os imigrantes sentiram "muita emoção", mas estavam "muito atordoados" por, entre outras coisas, ver entrar pessoas desconhecidas a usar máscaras. Os profissionais de saúde que os trataram inicialmente perceberam que muitos estavam em estado de choque.
Tem sido relatado que, desde que o Dattilo atracou no porto cerca das 06:45, aumentou o número de profissionais de saúde, especialistas em detetar doenças infeciosas, que têm trocado informações com os profissionais que acompanharam os migrantes no barco.
O porto de Valência está preparado para receber a chegada repartida de 630 migrantes que viajam a bordo de três barcos: 274 no Dattilo, 106 no Aquarius, da organização não-governamental SOS Mediterranée, e 250 no navio da armada italiana Orione.
A chegada do navio a Valência deve-se a uma oferta do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, que disse ser necessário "evitar uma tragédia humanitária".
O Governo de Itália recusou no dia 10 autorizar o Aquarius a desembarcar num porto italiano os 629 migrantes, resgatados do mar em várias operações durante o dia anterior.
Itália defendeu que devia ser Malta a acolher os migrantes, entre os quais há 123 menores, mas as autoridades maltesas sustentaram que a responsabilidade era de Itália porque as operações de salvamento dos migrantes ocorreram numa zona marítima coordenada por Roma.
Face ao impasse, Espanha ofereceu-se, no dia 11, para acolher os migrantes, tendo o Aquarius efetuado a viagem em direção a Valência escoltado por duas embarcações da Marinha italiana, com as quais repartiu os migrantes que se encontravam a bordo.
Fazem parte do dispositivo coordenado pela Cruz Vermelha, ao longo de todo o fim de semana, mais de mil pessoas, tanto profissionais como voluntários, trabalhando em turnos de 10 a 12 horas.
Segundo o porta-voz da Cruz Vermelha, entre estas mil pessoas estará definido também um grupo de 70 a 100 com formação e preparação para lidar com emergências semelhantes.
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