"Estão a tentar impor novamente um golpe de Estado de caráter fascista e contra-revolucionário na Venezuela", disse Maduro no ato do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), no qual foi proclamado vencedor das eleições de domingo.

"Estão a ensaiar os primeiros passos fracassados para desestabilizar a Venezuela e para impor outra vez um manto de agressões e danos à Venezuela", acrescentou.

Procurador-geral da Venezuela liga opositora a "suposta invasão de sistema eleitoral"

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, ligou hoje que a líder opositora María Corina Machado a uma suposta invasão do sistema eleitoral para "adulterar" os resultados das questionadas eleições nas quais o presidente Nicolás Maduro foi reeleito.

"O principal envolvido neste ataque seria o cidadão Lester Toledo (...) , junto com ele aparecem como envolvidos o foragido da justiça venezuelana Leopoldo López e María Corina Machado", disse Saab à imprensa, após anunciar a abertura de uma investigação.

Toledo é líder do partido Vontade Popular, de López, e está exilado nos Estados Unidos. Já Leopoldo López se exilou na Espanha. Ambos são acusados de "terrorismo" na Venezuela.

Segundo o procurador-geral, o "ataque" foi realizado a partir da Macedónia do Norte e os autores "conseguiram pausar, retardar (...) a leitura do boletim final dos resultados".

Saab iniciou a investigação após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e o próprio Maduro denunciarem um suposto ataque ao sistema para manipular os resultados anunciados.

Machado, impedida de exercer cargos públicos, denunciou fraude e reivindicou a vitória do seu candidato, o diplomata Edmundo González Urrutia.

Maduro venceu com 51,2% dos votos contra 44,2% de González Urrutia, conforme o primeiro boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral, alinhado com o governo.

Saab também anunciou que até a noite de domingo foram detidas 17 pessoas por violarem regulamentos durante as eleições, a maioria por "destruição de material eleitoral".

O procurador-geral da Venezuela associa a líder da oposição à suposta invasão do sistema eleitoral.

Panamá retira diplomatas de Caracas

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou hoje a retirada dos seus diplomatas da Venezuela e pôs "em suspenso" as relações com Caracas, após a questionada reeleição de Nicolás Maduro.

"O governo do Panamá anuncia a retirada do corpo diplomático da Venezuela e coloca em suspenso as relações diplomáticas enquanto não for realizada uma revisão completa das atas e do sistema de informática do escrutínio da votação que permitam conhecer a genuína vontade popular", disse Mulino em conferência de imprensa.

Centro Carter pede à CNE que publique resultados eleitorais

O Centro Carter pediu hoje às autoridades eleitorais venezuelanas que publiquem os resultados da eleição de domingo em cada centro de votação, alegando que os dados detalhados são fundamentais para seu trabalho de observação independente.

"O Centro Carter fez um apelo ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela (...) para que publique imediatamente os resultados das eleições presidenciais a nível de colégio eleitoral", declarou o centro em comunicado.

No final da votação deste domingo, María Colina Machado, líder do grupo da oposição pediu aos delegados das mesas para se manterem nas secções de voto até terem as atas com os resultados.

Conselho Nacional Eleitoral proclama Maduro Presidente

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou hoje oficialmente como Presidente Nicolás Maduro, após ter anunciado no domingo à noite que o líder chavista, no poder desde 2013, venceu as eleições, resultado rejeitado pela oposição.
Nicolás Maduro reagiu de imediato ao ato de proclamação da CNE, realçando que alcançou a proeza de ter derrotado "o fascismo" nas eleições de domingo.
“Derrotar o fascismo, os demónios, as demónias, é um feito histórico e o nosso povo conseguiu, o nosso povo conseguiu de novo”, sublinhou o líder chavista depois de receber das mãos do presidente do CNE, Elvis Amoroso, a credencial simbólica que lhe permitirá governar o país até 2031.
No domingo à noite, o CNE adiantou que Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%).
Vários países já felicitaram Maduro pela vitória, como Rússia, Nicarágua, Cuba, China e Irão, mas países democráticos demonstraram grande preocupação com a transparência das eleições na Venezuela além de Portugal, como Espanha e Estados Unidos.