O estudo integra-se num projeto inovador intitulado FUNCTIONALTUNA – desenvolvimento de conservas de atum funcionais, cujo objetivo é criar uma “super-conserva” que, comprovadamente, proteja a saúde cardiovascular dos consumidores.
“Deparamo-nos frequentemente com embalagens que dizem ‘rico em ómega 3’. O que esta equipa pretende é testar, cientificamente, se o consumo de um alimento enriquecido com ómega 3 tem uma influência direta e mensurável nos indicadores da saúde cardiovascular das pessoas”, explicou à Lusa André Rosário, investigador do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e membro da equipa responsável pelo ensaio clínico.
Ou seja, a equipa de investigação procura avaliar a biodisponibilidade (o grau com que uma substância é absorvida e se torna disponível no local de ação) dos ácidos gordos ómega 3 quando são ingeridos com o peixe em conserva.
Para isso, os investigadores estão à procura de 30 voluntários saudáveis, entre os 18 e os 59 anos, que estejam interessados em participar no ensaio.
Aos voluntários será pedido que visitem duas vezes a sede CINTESIS, no Porto, com duas semanas de intervalo. Aí, farão avaliações clínicas em jejum e, depois, serão convidados a tomar um pequeno-almoço reforçado, com pão, iogurte, queijo e atum. Numa das visitas, o atum será enriquecido com ácidos gordos ómega 3. Na outra, será atum normal.
A avaliação dos marcadores de risco cardiovascular será realizada em jejum e durante as cinco horas após o consumo da refeição em estudo. Esses dados serão depois comparados e a eficácia da ingestão da conserva de atum rico em ómega 3 será aferida.
De acordo com os investigadores, a colaboração no projeto não implica a toma de qualquer medicamento e as avaliações médicas (análises ao sangue, medição da pressão arterial e outras) são realizadas por profissionais de saúde experientes.
Os resultados deste estudo clínico vão esclarecer os consumidores e os profissionais de saúde sobre os reais efeitos na saúde do consumo de conservas de atum contendo óleo de peixe rico em ómega 3.
A longo prazo, esclareceu o investigador André Rosário, o projeto tem como objetivo o desenvolvimento de uma conserva de atum que contenha um conjunto de ingredientes funcionais em quantidade suficiente para permitir uma resposta fisiológica na proteção cardiovascular, com a manutenção de níveis normais de triglicerídeos no sangue, permitindo a sua classificação como um alimento funcional.
Recordou que os ácidos gordos ómega 3 existentes no peixe gordo têm demonstrado eficácia na redução de triglicerídeos e na manutenção da pressão arterial.
O investigador considerou ainda que, tratando-se de ácidos gordos essenciais, a suplementação de alimentos com ácidos gordos ómega 3 pode ser uma forma de contrariar a carência dos mesmos, podendo simultaneamente trazer benefícios para a população em geral.
Os interessados em participar no estudo clínico podem inscrever-se via e-mail (ensaiosclinicos.cintesis@gmail.com ou cintesis@cintesis.eu) ou através do telefone 22 551 3622.
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