“Ainda não quantificámos a quebra face às previsões iniciais para este ano, mas estimamos uma colheita próxima da do ano passado, em que ficámos muito próximos das 100 mil toneladas, o que fica muito aquém de uma produção normal”, afirmou à agência Lusa Filipe Ribeiro, presidente da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP).
Em junho, a ANP estimava uma produção de 115 mil toneladas que, a concretizar-se, seria superior à de 2023.
A associação associa as quebras na produção ao arranque de pomares, às alterações climáticas e à retirada de produtos fitossanitários que protegiam a produção de pragas e doenças.
“Por um lado, a falta de frio que leva à falta de flor e, por outro lado, a incidência de doenças a ver com a agenda para o ambiente, que tem retirado substâncias, ou seja, defensivos agrícolas que protegem a planta e as colheitas em relação a algumas pragas e doenças, têm contribuído para um desequilíbrio do ecossistema do pomar em desfavor da pera rocha”, justificou.
Os produtores pedem ajuda à Comissão Europeia e ao ministro da Agricultura.
“Os produtores têm sido resilientes, mas precisam de ter ferramentas eficientes para controlar a produção”, sublinhou.
A ANP alertou que a baixa produtividade provocada pelas alterações climáticas e pela agenda para o ambiente tem conduzido ao aumento da importação de produtos de fora da Europa sem as mesmas garantidas de qualidade.
A colheita, que decorre até ao final deste mês, emprega cerca de 15 mil trabalhadores.
A pera rocha, com uma área de cultivo superior a 11 mil hectares, contribui para mais de 85 milhões de euros de receitas por ano ao setor.
Mais de 70% da sua produção é exportada para 20 países, com três destinos principais a ocuparem o pódio: Europa (50%), Marrocos (20%) e Brasil (20%).
Criada em 1993, a ANP representa cerca de 90% dos produtores e da produção de pera rocha em Portugal.
Em 2003, a Pera Rocha do Oeste foi reconhecida pela Comissão Europeia como produto de Denominação de Origem Protegida.
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