No habitual ‘briefing’ da ANPC, às 19:00 de hoje, em Oeiras, distrito de Lisboa, a adjunta de operações Patrícia Gaspar adiantou que a Proteção Civil pretende avaliar a forma como foi utilizada a rede de comunicações SIRESP, uma vez que a empresa de telecomunicações PT/Altice se manifestou convicta de que cumpriu e superou “inequivocamente” todos os níveis de serviço contratados.
“Toda a restante avaliação não poderá, nem deverá, ser feita na sede destes ‘briefings’, porque é um assunto que extravasa de alguma forma esta questão” da situação operacional dos incêndios florestais em Portugal, advogou a responsável da Proteção Civil, considerando que se trata de “uma avaliação mais alargada, que precisa de ser feita a outro patamar”.
O chefe do gabinete tecnológico da PT/Altice, Alexandre Fonseca, disse hoje que a empresa de telecomunicações está convicta de que cumpriu e superou “inequivocamente” todos os níveis de serviço contratados pela SIRESP.
“Considerando a forma empenhada como prestámos os nossos serviços, é nossa firme convicção que, como sempre até aqui, a PT tem cumprido e superado inequivocamente com todos os níveis de serviço contratados pela SIRESP, S.A. [a operadora da Rede Nacional de Emergência e Segurança]”, afirmou o responsável, salientando que o empenho da empresa, como acionista, foi de “uma disponibilidade e serenidade necessárias” e “de uma imediata prontidão na ação enquanto seu fornecedor de serviços”.
Alexandre Fonseca realçou, em conferência de imprensa realizada em Lisboa, que o grupo PT/Altice integra dois grupos de trabalho no âmbito do aumento da resiliência e da redundância da rede SIRESP.
“Fazemo-lo, porque acreditamos na eficiência desta rede, se utilizada de forma correta, mas também porque acreditamos que somos parte da solução no que toca à melhoria e eficácia desta rede em Portugal”, salientou.
Em resposta às declarações do responsável da PT/Altice, a Proteção Civil lembrou que utiliza a rede SIRESP “à semelhança de tantas outras entidades do Estado que operam na área de emergência”.
“Da nossa parte, obviamente que a utilização da rede é feita consoante as necessidades no terreno, quanto mais operacionais temos, mais recurso à rede fazemos”, explicou a adjunta de operações da ANPC.
Patrícia Gaspar sublinhou, ainda, que “todos os constrangimentos que foram identificados” pela Proteção Civil foram reportados à empresa de telecomunicações PT/Altice.
“Tentamos sempre colmatar todas estas pequenas falhas que foram sendo sentidas, sobretudo nos teatros de operações com maiores dimensões, com recurso àqueles que são os sistemas de complementaridade das estações móveis”, declarou a responsável da Proteção Civil.
Num relatório divulgado a 09 de agosto, o Instituto de Telecomunicações considerou que existiram “faltas graves” na rede SIRESP (comunicações de emergência), com cortes prolongados no funcionamento normal do sistema, aquando do incêndio de junho que deflagrou em Pedrógão Grande, do qual resultaram 64 mortes.
No relatório afirma-se que existiram faltas graves na rede, com cortes prolongados no funcionamento normal do sistema nas áreas cobertas pelas estações base de Pedrógão Grande (39 horas de corte), Figueiró dos Vinhos (41 horas), Serra da Lousã (67 horas), Malhadas (66 horas) e Pampilhosa da Serra (70 horas).
Dados provisórios da Proteção Civil, conhecidos a 16 de agosto, indicam que os incêndios florestais tinham consumido pelo menos 141 mil hectares, mais 26 mil hectares do que no ano anterior, desde o início deste ano.
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