A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou ontem que as pessoas a partir dos 18 anos que receberam a vacina contra a covid-19 da Janssen vão poder receber uma dose de reforço após 90 dias da administração da primeira
Graça Freitas disse que esta decisão surge porque há estudos internacionais que indicam uma diminuição da imunidade das pessoas que tomaram a vacina da Janssen.
A responsável avançou que se está a fazer neste momento “uma análise de vacina a vacina”, estando o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge a estudar a efetividade das vacinas por marca.
Ao Expresso, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, que integra a comissão técnica de vacinação contra a covid-19 da DGS, refere que, ao fim de três meses, período a partir do qual deve ser feita a dose de reforço, a proteção da vacina da Janssen diminui de 67% — eficácia observada duas semanas após a toma — para “metade ou menos”.
"Existe já muita evidência, incluindo dados portugueses, que mostram um decaimento da proteção contra a infeção, mesmo que seja assintomática, conferida pelas vacinas. Nas pessoas que tomaram apenas uma dose esse decaimento é mais rápido do que naquelas a quem foi administrada uma vacina de mRNA [Pfizer e Moderna]. Os seus anticorpos decaem mais depressa e, ao fim de três meses, a proteção cai para valores muito baixos. Estamos preocupados com a falta de proteção contra a infeção dessas pessoas", explica.
Com o reforço com uma vacina de mRNA, é referido que a proteção vai subir para níveis semelhantes aos de vacinas como a da Pfizer e da Moderna, ou seja, “acima de 80%”.
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