"Acho que é muito precipitado estar a dizer sim ou não. Nós temos de ser responsáveis no trabalho parlamentar que fazemos, não podemos andar a anunciar todos os dias inquéritos parlamentares, isso é confuso e polui o ambiente político", afirmou o deputado socialista João Paulo Correia.
O deputado do PS argumentou que é precisa mais informação, nomeadamente a que pode prestar o atual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e o responsável do anterior Governo PSD/CDS, frisando que no momento atual "nenhum grupo parlamentar tem informação suficiente para dizer que é necessário ou não avançar com um inquérito parlamentar".
"Se aquilo que vamos ouvir por parte do atual Governo acerca daquilo que encontrou na administração tributária e aquilo que nos vai dizer o anterior secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do anterior Governo PSD/CDS for insuficiente ou demasiado grave para passar só por uma apreciação política, nós não podemos fechar essa porta", declarou aos jornalistas no parlamento.
Citado pelo Público, o Ministério das Finanças confirmou que as "omissões" foram detetadas quando, entre finais de 2015 e o início de 2016, foi "retomado o trabalho de análise estatística e divulgação" dos valores das transferências para os centros ‘offshore' e os chamados "territórios com tributação privilegiada".
João Paulo Correia esclareceu ainda que as iniciativas legislativas sobre esta e outras matérias, que estão a ser analisadas no grupo de trabalho de combate à fraude e evasão fiscal estarão em condições de ser votadas brevemente.
"Está tudo pronto para que dentro de poucas semanas se conclua o processo legislativo", afirmou, referindo que o grupo de trabalho se reúne hoje.
O deputado socialista afirmou que a proposta do PS espelha o entendimento de que o combate à fuga e evasão fiscal com base em transferências para paraísos fiscais deve ter uma resposta à escala europeia mas também no plano nacional.
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