Em declarações ao Observador, Carlos César afirmou que para "uma melhor adequação aos calendários eleitorais do país” o congresso do partido pode ser realizado no início de 2024. Previsto para o início de setembro, tendo mesmo chegado a ser apontado os dias 9 e 10 de setembro como data provável, a troca para o início de 2024 faz com que António Costa consiga que a disputa pela sua sucessão aconteça apenas no ano em que a atual legislatura chega ao fim, 2026, evitando grandes ruturas em plena legislatura.
Para Carlos César, ao Observador, “o PS considerou como uma boa possibilidade a realização do congresso no primeiro trimestre de 2024“, fazendo assim com que o mandato de António Costa como secretário geral seja esticado para lá dos dois anos previstos nos estatutos — que também preveem essa hipótese.
“O mandato dos órgãos eletivos tem a duração de 2 anos. O disposto no número anterior não prejudica a possibilidade de ajustamentos do calendário eleitoral interno quando tal for reconhecido pela Comissão Nacional do Partido, tendo sobretudo em atenção os ciclos eleitorais”, consta nas regras internas do partido.
Os congressos ordinários realizam-se de dois em dois anos e são obrigatoriamente precedidos de eleições diretas e, ao manter esta reunião magna no início de setembro (altura da rentrée política), o PS teria a escolha do secretário-geral no meio de agosto, o que não era desejável pelos constrangimentos que podia trazer à participação.
Mas, a principal questão seria outra e mais além: se o congresso se realizasse agora, o da sucessão de Costa (e a disputa pela liderança) cairia no verão de 2025, com a legislatura ainda com mais de um ano pela frente. Quando a expectativa é que essa disputa interna possa ser intensa, surge esta hipótese de vir a ser empurrada para mais perto do final do mandato de Costa no seu terceiro Governo.
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