“Há uma resposta que ainda não foi dada por parte do PSD, do CDS-PP ou mesmo do PPM, portanto por parte da AD, que é como pretende assegurar a estabilidade política do nosso país”, afirmou o membro do Secretariado Nacional do PS.
João Torres, que falava aos jornalistas no final da tomada de posse dos secretários de Estado do XXIV Governo Constitucional, liderado por Luís Montenegro, defendeu que “essa é a questão de fundo que tem de ser resolvida” porque hoje se vive um “tempo diferente” e a “composição da Assembleia da República ilustra também isso mesmo”.
O deputado assinalou que o PS se fez representar nesta cerimónia no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, tal como tinha acontecido na tomada de posse do primeiro-ministro e dos ministros, na terça-feira.
João Torres recusou “fazer uma avaliação individual” sobre os membros do Governo e defendeu que o que “é importante é que a orgânica funcione” e “como será feita a articulação das diferentes delegações de responsabilidades”.
Questionado sobre o relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde sobre o caso das gémeas luso-brasileiras que receberam um tratamento de milhões de euros no Hospital de Santa Maria e a comissão de inquérito que o Chega anunciou que vai propor, João Torres recusou comentar, dizendo não conhecer “com o devido detalhe” as conclusões.
Na mesma linha, o líder parlamentar do CDS-PP remeteu para depois qualquer posição do partido uma vez que não conhece ainda o relatório final nem a proposta de comissão de inquérito do Chega.
Paulo Núncio elogiou o elenco do executivo que hoje ficou completo, considerando que será “composto por políticos experientes e por quadros qualificados da sociedade civil e da academia” e que agora “está na hora de ir trabalhar e de governar”.
“O CDS terá dois excelentes secretários de Estado que representam dois dos nossos melhores quadros”, enfatizou, considerando que a Defesa, área tutelada pelo ministro centrista Nuno Melo, presidente do CDS, e a Administração Interna são “duas áreas fundamentais da soberania”.
Pelo Chega, o dirigente e deputado Pedro Pinto voltou a criticar a dimensão do Governo e defendeu que executivos grandes “não são bons para o país”, criticando o PSD por ter “continuado na senda do PS”.
Pedro Pinto apontou de novo a ausência do PCP e do BE na cerimónia da tomada de posse dos secretários de Estado — tal como tinha acontecido na dos ministros — considerando que se comunistas e bloquistas “não querem falar com este Governo” não se deve andar atrás deles porque “estão fora”.
O deputado do Livre Paulo Muacho assinalou o aumento das preocupações do partido à medida que a orgânica do XXIV Governo Constitucional se vai conhecendo, destacando pela negativa o “super Ministério da Educação” ou o regresso das Florestas à Agricultura.
“Vamos aguardar pelo programa do Governo e pelas políticas, mas estes primeiros sinais não nos deixam descansados”, disse.
Questionado como se posicionará o Livre numa eventual comissão de inquérito ao caso das gémeas, o deputado disse que o partido não tem ainda uma posição definida e terá que “analisar o que se pretende apurar”.
Pelo PAN, a porta-voz e deputada única também viu “sinais negativos” na estrutura do executivo, mas considerou que o fundamental será “o país e a oposição conhecerem a visão de Luís Montenegro para o país”.
“Recordo que Luís Montenegro não tem um Governo de maioria, tem um Governo de minoria e para que haja estabilidade governativa e capacidade da Assembleia da República se pronunciar sobre decisões do Governo é fundamental que haja diálogo, sob pena de os portugueses serem os grandes penalizados”, disse Inês de Sousa Real.
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