A bancada parlamentar socialista vai “solicitar ainda hoje, com caráter de urgência”, a presença do presidente da transportadora aérea portuguesa na Comissão de Economia, Inovação e Obras Pública da Assembleia da República, para, “de alguma forma, explicar as decisões anunciadas pela Comissão Executiva da TAP”, disse à agência Lusa o deputado Carlos Pereira.
O deputado socialista explicou que o pedido de audição visa esclarecer a “desproporção grande” entre os voos que partem do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto.
“É uma audição que nos parece absolutamente essencial para compreendermos os critérios e, enfim, os motivos que levaram à apresentação deste plano de rotas que foi anunciado ontem [segunda-feira]”, prosseguiu Carlos Pereira.
A TAP publicou na segunda-feira o plano de voo para os próximos dois meses, que implica 27 ligações semanais em junho e 247 em julho, a maioria a partir de Lisboa.
A companhia aérea explicou, através do 'site', que estas rotas podem vir a ser alteradas casos as circunstâncias o exijam.
A operação da TAP está praticamente parada desde o início da pandemia, à semelhança do que aconteceu com as restantes companhias aéreas, prejudicadas pelo confinamento da população e pelo encerramento de fronteiras para mitigar a propagação da doença provocada pelo novo coronavírus.
A TAP publicou na segunda-feira o plano de voo para os próximos dois meses, que implica 27 ligações semanais em junho e 247 em julho, a maioria a partir de Lisboa.
A companhia aérea explicou, através do 'site', que estas rotas podem vir a ser alteradas caso as circunstâncias o exijam.
A operação da TAP está praticamente parada desde o início da pandemia, à semelhança do que aconteceu com as restantes companhias aéreas, prejudicadas pelo confinamento da população e pelo encerramento de fronteiras para mitigar a propagação da doença provocada pelo novo coronavírus.
O deputado socialista considerou que é necessário “assegurar meios para a TAP continuar a fazer aquilo que é importante fazer, que é garantir não são a mobilidade dos cidadãos portugueses”, mas também a “coesão do país”.
Contudo, Carlos Pereira sublinhou que há “regiões que também precisam do turismo” para recuperarem da crise económica decorrente da pandemia, “como é o caso da região Norte”.
Este plano apresentado pela TAP foi criticado pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, e pelos autarcas de municípios como Gondomar, Valongo e Vila Real, assim como por dirigentes do PS, do PCP e do BE, entre outros.
Em conferência de imprensa, Rui Moreira acusou hoje a TAP de "impor um confinamento ao Porto e ao Norte", acrescentando que com este plano de rotas a companhia aérea "abandona o país, porque estar só em Lisboa representa abandonar o país".
Entretanto, também em conferência de imprensa, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, desafiou a TAP a corrigir o plano de rotas aéreas tornado público, considerando que a decisão da comissão executiva da transportadora aérea de reduzir voos e destinos "lesa o interesse nacional".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse também hoje, em resposta à Lusa, que "acompanha a preocupação manifestada por vários partidos políticos e autarcas relativamente ao plano de retoma de rotas da TAP, em particular no que respeita ao Porto".
Já o presidente do PSD, Rui Rio, considerou que a TAP está a assumir-se como uma transportadora aérea regional, confinada à antiga província da Estremadura, razão pela qual não pode ter os apoios de uma empresa estratégica nacional.
"Se é assim, como a TAP diz, então não estamos perante uma empresa nacional, mas perante uma empresa de ordem regional, confinada mais ou menos à antiga província da Estremadura, a grande Lisboa. Uma empresa que não responde aos aeroportos de Faro, do Funchal, de Ponta Delgada e do Porto como deve ser, então não é uma empresa nacional, mas, sim, regional", alegou líder dos sociais-democratas, perante os jornalistas, em São Bento.
A nível global, a pandemia provocou mais de 346 mil mortes e mais de 5,5 milhões de pessoas contraíram o novo coronavírus, de acordo com o último balanço feito pela agência France-Presse.
Quase 2,2 milhões de pessoas são consideradas curadas.
Em Portugal, morreram 1.342 pessoas, de um total de 31.007 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Pelo menos 18.096 doentes recuperaram.
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