No requerimento hoje entregue na Assembleia da República e dirigido ao presidente da Comissão de Saúde, os sociais-democratas recordam que, na segunda-feira, o CHLN informou da exoneração do, à data, diretor de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina de Reprodução, Diogo Ayres de Campos.

“Considerando a importância da função desenvolvida enquanto coordenador da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e bloco de partos, o grupo parlamentar do PSD considera urgente um esclarecimento cabal das circunstâncias desta exoneração, sustentado na preocupação sobre a capacidade de execução eficiente da operação ‘Nascer em Segurança’”, justificam os deputados.

Segundo uma nota do CHLN divulgada na segunda-feira, a direção do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina de Reprodução tem vindo assumir posições que, “de forma reiterada, têm colocado em causa o projeto de obra e o processo colaborativo com o Hospital São Francisco Xavier, durante as obras da nova maternidade do HSM [Hospital Santa Maria]”.

De forma interina, a direção deste departamento será assegurada por Alexandre Valentim Lourenço, diretor do Serviço de Ginecologia do CHLN, “enquanto decorre o normal processo que levará a uma nomeação definitiva para estas funções”, adianta a nota.

A direção do CHLN sublinha que a direção do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina de Reprodução tem de “assegurar a gestão da nova maternidade em estreita articulação com a direção clínica, Conselho de Administração do CHULN e Direção Executiva do SNS" (DE-SNS), um processo que “implica um espírito de leal cooperação, com vista ao reforço da resposta de qualidade do SNS às grávidas e seus bebés”.

O plano para a resposta de Obstetrícia e Ginecologia traçado pela DE-SNS prevê que, enquanto o bloco de partos do hospital de Santa Maria estiver fechado para obras - nos meses de agosto e setembro - os serviços fiquem concentrados no Hospital S. Francisco Xavier (Centro Hospitalar Lisboa Ocidental), que encerrava de forma rotativa aos fins de semana e, a partir de 1 de agosto, volta a funcionar de forma ininterrupta sete dias por semana.

Diogo Ayres de Campos tinha defendido publicamente que o modelo de encerramentos rotativos de maternidades traçado pela direção executiva do Serviço Nacional de Saúde não era “defensável num país europeu” e tinha de ser temporário.