“O Presidente da Associação Mutualista Montepio veio a público dar pormenores da entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no capital da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) em contraponto, inusitado e chocante, com um ruidoso silêncio por parte do senhor Provedor da Santa Casa”, justifica o PSD, no requerimento com data de sexta-feira e hoje entregue na Assembleia da República.
O PSD salientou que este tema tem sido acompanhado pela Comissão Parlamentar de Trabalho e Segurança Social, que já ouviu a este propósito o ministro da tutela, Vieira da Silva, o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o próprio provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho.
Na semana passada, em entrevista à RTP3, o presidente da Mutualista, Tomás Correia, disse que a CEMG não precisa da Santa Casa para se recapitalizar, referindo que o banco tem um rácio de capital de 13,5% e que está "a preparar uma emissão de 250 milhões de euros de dívida subordinada que vai pôr o rácio de capital acima de 15,5%".
Segundo o responsável, o que acontecerá é que um grupo de “muitas instituições da economia social, ficarão com "até 2% do capital da Caixa Económica Montepio Geral", em troca de um investimento entre 45 e 48 milhões de euros.
O tema da eventual entrada da SCML foi abordada pelo líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, nos dois últimos debates quinzenais que protagonizou com o primeiro-ministro, António Costa.
Na semana passada, Negrão questionou o primeiro-ministro sobre a operação de créditos fiscais na Associação Mutualista Montepio, falando em “contas marteladas”, com António Costa a questionar o “profundo interesse” de Fernando Negrão no banco Montepio.
“Contas marteladas são buracos financeiros no futuro, explique bem senhor primeiro-ministro esta situação: é muito mais grave do que a que aconteceu com outros bancos, porque se acontecer e for para a frente a cumplicidade não é dos privados, é do Estado”, acusou Negrão.
“Um dia, com certeza haveremos de descobrir o seu profundo interesse relativamente à situação do Montepio”, respondeu António Costa, o que gerou palmas do PS e indignação do PSD.
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