O social-democrata falava aos jornalistas à entrada do Aeroporto da Madeira, antes de regressar a Lisboa, em reação às declarações do seu adversário à liderança do PSD, Rui Rio, que afirmou hoje que vai abdicar da campanha interna para se concentrar nas legislativas antecipadas, agendadas para 30 de janeiro.
Rangel disse que a posição de Rio não é muito diferente da sua e expressou satisfação com o facto do presidente do PSD e recandidato ter “correspondido ao apelo de fazer oposição ao Governo” liderado por António Costa.
“Porque nós temos de aproveitar estas eleições internas para fazer oposição ao Governo e para mostrar quem é que tem maior capacidade para desempenhar o cargo de primeiro-ministro”, salientou.
O eurodeputado ressalvou, porém, que os militantes “também merecem o respeito de haver algum debate interno”.
“Os militantes são chamados a votar no dia 27 [de novembro] para escolher o melhor candidato a primeiro-ministro e, portanto, é expectável que também haja um respeito por essa eleição”, advertiu.
“Agora há uma coisa que eu saúdo muito claramente. É que o dr. Rui Rio queira finalmente fazer oposição ao dr. António Costa e concentre todos os seus esforços nisso. Porque isso é o que eu já tenho feito nesta campanha”, realçou o candidato à liderança do PSD.
“Por exemplo, ainda hoje eu chamei à atenção – não vi o dr. Rui Rio fazer isso – a propósito da entrevista do dr. António Costa, que ele não quis comentar, que é fundamental que nós chamemos outra vez para liderar a vacinação o vice-almirante Gouveia e Melo. Isto sim é fazer oposição ao Governo de António Costa”, defendeu.
Paulo Rangel chamou ainda à atenção para “um facto de primeira importância”, que estranhou não ter sido referido por Rui Rio, “já que o seu foco é fazer oposição ao Governo”, que diz respeito à ausência das confederações patronais numa reunião com o Ministro do Planeamento, onde iria apresentar as “Linhas Orientadoras do Acordo de Parceria de Portugal 2030”, por considerarem que o tema devia ser apresentado à concertação social.
“É que hoje houve um bloqueio da concertação social”, frisou Paulo Rangel, insistindo que a sua estratégia de crescimento para o país, contrariando “esta estagnação que criou António Costa, só é possível havendo acordos na concertação social”.
“E o Partido Socialista, que já mostrou que não é alternativa […] porque não foi capaz de governar o país de forma a pô-lo à frente dos tantos [países] que nos estão a ultrapassar na união europeia nestes seis anos, acaba agora de dizer que não vai ter os parceiros sociais consigo para governar o país”, criticou.
Interrogado, por outro lado, sobre a posição de Rio de que está em melhores condições de derrotar António Costa, Paulo Rangel respondeu, em tom de crítica: “Naturalmente que isso são os militantes do PSD, que ele não quer visitar, que têm de dizer. No dia 27 [de novembro] haverá eleições e os militantes é que se vão pronunciar”.
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