“Temos vindo a assistir a um clima de degradação no SNS visível em todos os aspetos, desde o aspeto financeiro, da dívida ou assistencial e isso relaciona-se com o clima de conflitualidade patente no SNS em que o atual Governo se exime de dar respostas e de assumir responsabilidades”, afirmou aos jornalistas o deputado social-democrata.
O parlamentar falava na sede da Distrital do PSD/Porto a propósito do Relatório Anual sobre o Acesso a Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionais.
O deputado frisou ainda que esta degradação do SNS está também relacionada com a falta de investimento que existe por parte do Governo socialista de António Costa, que é o mais baixo dos últimos anos, e é desta forma que tem procurado controlar as contas públicas, sublinhando que “quem paga a fatura” é a saúde dos portugueses.
A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) revelou hoje que o tempo de espera para cirurgia em doentes prioritários melhorou em 2016, um ano que teve a maior atividade cirúrgica de sempre.
Os dados da ACSS foram revelados depois de o Jornal de Notícias (JN) ter divulgado hoje que o tempo médio de espera para cirurgia aumentou no ano passado, fixando-se em 3,3 meses, “o pior desde 2011”.
Em declarações à Lusa, Ricardo Mestre, da ACSS, disse que os tempos de resposta em 2016 se mantiveram “à volta dos três meses, como acontecia habitualmente”, e sublinha que “os tempos de resposta para os mais prioritários melhoraram”.
Para Miguel Santos, o aumento do tempo de espera para cirurgias é uma das consequências desta degradação do SNS, sublinhando existir uma desresponsabilização do ministro da Saúde que, ainda, não fez declarações sobre este assunto.
“O esforço que foi feito nos anos anteriores de valorização do SNS, de valorização dos profissionais e o investimento realizado está a ser deixado resvalar por este ministério”, vincou.
O Governo tem de ter uma “política responsável”, entendeu, frisando ser necessário uma maior mobilização humana e financeira para um melhor SNS.
Quanto à portaria aprovada este ano que reduz os tempos máximos de resposta garantidos para os casos de prioridade normal (de 270 para 180 dias) e que entra em vigor em janeiro de 2018, o deputado do PSD salientou que se, atualmente, não cumprem os 270 dias é “natural e possível” que a situação se agrave a partir do próximo anos.
Para dar resposta certamente “irão recorrer ao setor convencionado, privado e social, mas a dívida continuará a aumentar todos os meses como está a acontecer”, realçou.
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