“Nós no PSD, apesar de entendermos que este não é um assunto para andar a contaminar a campanha eleitoral, não queremos perder tempo” em relação a esta matéria, disse o líder social-democrata, Luís Montenegro.
Em declarações aos jornalistas em Beja, à margem de uma visita que efetuou ao Aeroporto de Beja, o presidente do PSD indicou que o partido já tem “uma equipa constituída para fazer a avaliação política” deste ‘dossiê”.
O objetivo é que, “nos primeiros dias do nosso Governo, possamos tomar uma decisão e esperemos nesse trabalho contar também com o PS”, acrescentou Montenegro, no arranque do programa “Sentir Portugal” pelo distrito de Beja, que decorre até quarta-feira.
Questionado pela agência Lusa sobre este grupo de trabalho interno e quando serão conhecidas as conclusões da análise, Montenegro reiterou que o grupo “já foi” constituído.
“Nós aproveitaremos todo o tempo disponível para podermos decidir com rapidez e apresentar a decisão quando assumimos a tarefa de governar o país”, referiu.
Segundo o líder do PSD, o primeiro-ministro, António Costa, mas também os candidatos à liderança do PS Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, “andaram embrulhados em trapalhada após trapalhada” sobre o novo aeroporto de Lisboa.
Agora, continuou, “depois de tanta incompetência, [seria] bom que o doutor António Costa, o doutor Pedro Nuno Santos, o doutor Luís Carneiro fossem mais comedidos, mais humildes, reconhecessem a sua incapacidade”.
“E reconhecessem já agora que, não fora o contributo do PSD, não estávamos hoje em condições de praticamente termos todos os elementos para decidir”, continuou.
Questionado sobre o que se segue, perante as conclusões do Comissão Técnica Independente (CTI), Montenegro insistiu que, após as eleições de março, a decisão caberá a um eventual Governo do PSD: “Vou decidir”.
“Para decidir, era preciso que houvesse a avaliação ambiental estratégica, está feita. Agora, é preciso que se tirem as conclusões políticas dos pareceres técnicos que foram dados”, afirmou, indicando que o PSD está disponível para “poder promover o consenso” nesta matéria.
O relatório da CTI “vai estar em discussão pública” e “não é um documento sagrado, que ninguém pode questionar”, alertou o presidente do PSD, defendendo que, pelo contrário, “é um documento suscetível” de poder ser modificado.
Questionado sobre o TGV, o líder do PSD disse que a posição do seu partido é “muito clara”.
“O Governo, pela voz do primeiro-ministro, tem dito que está em condições de lançar o concurso no próximo mês de janeiro. O Governo é um governo de gestão” e o que é preciso saber é “se é mesmo necessário fazer essa adjudicação em janeiro ou se ela pode aguardar” a entrada em funções de um novo executivo, afirmou.
Montenegro disse que ainda não foi demonstrado ao PSD “que Portugal pode perder o financiamento comunitário que alavanca esse investimento”.
Se for esse o caso, o seu partido está disponível “para não perturbar aquilo que é salvaguarda do interesse nacional”, mas, caso contrário, “se o financiamento estiver garantido, não há de ser por mais dois meses que o país não tem um governo na plenitude da função” para decidir sobre a matéria.
Segundo o semanário Expresso, o grupo de trabalho anunciado pelo líder do PSD para avaliar politicamente os dossiês das infraestruturas será coordenado pelo vice-presidente Miguel Pinto Luz e integrará a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque e os ex-secretários de Estado Manuel Castro Almeida e José Eduardo Martins, bem como os membros do Conselho Estratégico Nacional do PSD Carlos Lopes e Tiago Souza d’Alte.
Comentários