“É óbvio que estamos a apostar no cenário de vitória, quer nas europeias, quer nas legislativas. Ir a jogo só para trocar bolas não vale a pena, queremos meter golos”, afirmou.
Em entrevista à agência Lusa a propósito da primeira Convenção Nacional do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD, que se realiza no sábado, David Justino reconheceu que o primeiro ano da direção eleita em Congresso entre 16 e 18 de fevereiro de 2018 “não foi um ano fácil”.
“Não vamos ignorar que tivemos problemas, que houve uma estratégia que tínhamos delineado que não foi plenamente conseguida devido a problemas internos, que projetámos uma imagem para a sociedade portuguesa que não era a que nós queríamos, de conflitualidade interna, que não é motivadora de confiança por parte dos eleitores”, reconheceu.
Neste ponto, Justino salientou que, nas sondagens, são visíveis diferenças entre “o bom ‘score’ pessoal” de Rui Rio e as intenções de voto no PSD.
“Quer dizer que os portugueses fazem esta distinção (…) Os eleitores podem ter Rio na melhor das apreciações, mas se veem um partido que ele lidera que não é digno de confiança, não serve de nada”, alertou.
Ainda assim, defendeu que, “agora que estão superados alguns problemas internos”, a direção já tem condições de apresentar neste período pré-eleitoral o PSD como “um partido credível”, com “propostas estudadas, ponderadas e debatidas na sociedade”.
“Nestes últimos seis meses, queremos ter - não é um outro PSD, nem vamos pensar que a divergência, pluralidade de opiniões vai desaparecer - um partido mobilizado para os objetivos que a direção nacional tem enunciado”, defendeu.
Questionado se o CEN, órgão de aconselhamento da direção, é a principal marca do primeiro ano do PSD de Rui Rio, Justino preferiu dar uma resposta mais ampla.
“A marca fundamental desta direção e deste presidente é a procura de formas diferentes de fazer política”, defendeu, considerando que “os portugueses estão cansados” do ‘politiquês’ e de se “fazer da política um palco para grandes espetáculos”.
Para Justino, a mudança que Rui Rio quis introduzir foi mostrar que “privilegia mais a substância do que a forma”.
“É necessário que os políticos se comportem de forma diferente para que haja reconhecimento dos eleitores de que é possível fazer política de forma diferente, mais séria, mais honesta e com, diria quase, com coluna. É possível”, apostou.
David Justino, que é também presidente do CEN, aponta este órgão como “um dos pilares dessa nova forma de fazer política”.
“Ao fim de um ano, a imagem que queremos transmitir é de que é possível fazer de forma diferente, é possível que o programa possa ser feito de forma alargada e participada, e que, em vez de ter um gabinete de estudo que ninguém sabe bem onde está, ter secções abertas onde há debate com pessoas que não são necessariamente do PSD”, salientou.
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