“Felizmente, (…) desde quinta-feira até hoje, já algo mudou”, disse Duarte Freitas, recordando que uma das questões que o partido tinha levantado “era a necessidade de haver paz social na SATA, de haver estabilidade laboral, de haver um entendimento, bom senso de todas as partes”.
O dirigente social-democrata, que falava na sessão de encerramento da quarta edição da Universidade de Verão do PSD/Açores e JSD/Açores, na Madalena, ilha do Pico, considerou que, “corretamente”, a paralisação foi cancelada, notando que “não era a altura de ser feita”, porque este é o “período mais difícil para a SATA e para os açorianos”.
“Mas também não era a altura porque já percebemos que, da parte do Governo [Regional] e dos seus apêndices comunicacionais, queriam servir-se dos sindicatos como bode expiatório para o desastre que o Governo provocou na SATA”, declarou, salientando ter imperado “o bom senso da parte dos trabalhadores”.
Duarte Freitas manifestou depois o desejo de que “o bom senso impere, também, da parte da administração e do Governo, que assumam com humildade o desastre a que levaram a SATA e tenham a capacidade para ouvir os sindicatos, as pessoas, as entidades, o PSD com as suas propostas”, e que, com o mesmo bom senso dos trabalhadores, “reconheçam os erros, mudem o rumo e salvem a SATA”.
“Fizemos a nossa parte, outras entidades estão a fazer a sua parte. O Governo, a tutela e a administração têm de fazer a sua parte também para salvarem a SATA”, defendeu, para pedir que “a humildade seja reposta e que a arrogância da governação faça um pouco de ‘mea culpa’ e corrija o que há a corrigir”.
Na quinta-feira, na abertura da Universidade de Verão, Duarte Freitas já tinha abordado a situação da SATA, anunciando que iria fazer chegar uma carta ao presidente do executivo açoriano, o socialista Vasco Cordeiro, com a sua posição para resolver os problemas da empresa.
No dia seguinte, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, que tinha emitido um pré-aviso de greve de quatro dias dos tripulantes de cabine da SATA, informou que a paralisação foi desconvocada.
“[Desconvocámos a greve] por termos recebido imensos pedidos da diáspora, emigrantes, dos próprios residentes dos Açores, invocando que esta situação iria trazer graves prejuízos à sociedade, não só à SATA, mas à sociedade, e, perante todos estes apelos, já que a SATA não tem bom senso, nós decidimos em assembleia geral tê-lo”, afirmou o diretor do sindicato, Bruno Fialho.
Ainda neste dia, a SATA manifestou-se satisfeita com a desconvocação da greve, considerando ter havido “bom senso”.
“[Vejo] com imensa satisfação, não só em nome do grupo SATA, principalmente em nome dos próprios trabalhadores, porque isto seria uma situação muto danosa para a empresa”, afirmou à agência Lusa o administrador com o pelouro dos recursos humanos, João Trabuco Nunes.
João Trabuco Nunes salientou, contudo, continuar a “haver a perspetiva de dano” dada a manutenção da greve às assistências, paralisação que tinha sido suspensa, mas, entretanto, a suspensão foi levantada.
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