Prevendo "diversas ações de protesto, em vários pontos do país", a PSP lançou uma lista de locais em várias cidades do território nacional onde "poderão acontecer alguns constrangimentos na circulação automóvel":
Segundo o comunicado, a PSP garante que, de acordo com as "suas atribuições e competências legais", irá desenvolver "todas as ações necessárias para garantir a segurança, ordem e tranquilidade públicas, bem com os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, nomeadamente estabelecendo um equilíbrio entre o exercício do direito de manifestação e o direito à livre circulação, em especial à circulação rodoviária".
No documento, as autoridades também listam uma série de recomendações aos manifestantes, instando-os a respeitar "os princípios previstos na legislação em vigor que enquadra o direito de reunião e manifestação" e as "instruções e ordens da PSP no quadro da segurança dos manifestantes e dos restantes cidadãos", e a lembrarem-se dos "normativos em vigor que proíbem bloqueios de vias rodoviárias, perturbando o direito de circulação de todos os cidadãos".
Para além disso, o corpo de polícia também pede para "promotores das manifestações ou reuniões" para "manter o contacto permanente com a PSP, de forma a garantir a realização dos protestos em segurança".
A PSP também aconselha os restantes cidadãos que não participem no protesto a privilegiar "a utilização dos transportes públicos", a verificar "se o seu itinerário não se encontra com a circulação condicionada" e a utilizar itinerários "que não impliquem a passagem pelos locais referenciados como possíveis pontos de concentração das ações de protesto".
O Movimento Coletes Amarelos Portugal (MCAP) agendou para sexta-feira um grande protesto em todo o país.
De momento, vários movimentos estão a convocar os cidadãos através das redes sociais para saírem à rua em vários pontos do país na próxima sexta-feira, tentando imitar o movimento dos “coletes amarelos” de França, mas sem violência.
No manifesto, o grupo propõe uma redução de impostos na eletricidade, com incidência nas taxas de audiovisual e emissão de dióxido de carbono, uma diminuição do IVA e do IRC para as micro e pequenas empresas, bem como o fim do imposto sobre produtos petrolíferos e redução para metade do IVA sobre combustíveis.
Não tolerando qualquer ato de violência ou vandalismo, o movimento, que se intitula como “pacífico e apartidário”, defende também o combate contra a corrupção.
A lista de reivindicações termina com a reforma do Serviço Nacional de Saúde, a revitalização dos setores primário e secundário e o direito à habitação e fim da crise imobiliária.
Os apelos aos protestos começaram a ser feitos por cidadãos anónimos da zona Oeste do país nas redes sociais, principalmente no Facebook, há cerca de três semanas.
Na terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou que "a situação em Portugal é diferente da situação em França".
A França, vincou, "teve sempre revoluções sangrentas. Portugal teve uma Revolução dos Cravos. Portanto, em Portugal, sabemos compreender que as razões de queixa e indignação e protesto devem ser expressas pacificamente".
No início da semana, a GNR e PSP disseram à Lusa que estão a acompanhar o processo através de recolha de informação no terreno, pelas redes sociais e com os promotores das iniciativas para ter pessoal operacional caso seja necessário.
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