Estas foram as primeiras declarações de Carles Puigdemont no dia de hoje, ao chegar cerca das 11:00 (10:00 em Lisboa) à escola de Sant Julià de Ramis (Girona), local onde estava previsto que votasse, mas que foi ocupado por meia centena de agentes da Polícia Nacional e da Guardia Civil para impedi-lo de votar no referendo sobre a independência da Catalunha.
Puigdemont disse que "a imagem exterior do Estado espanhol continuou a piorar e hoje atingiu um nível de vergonha que o acompanhará para sempre".
Os catalães apoiantes da independência da região estão hoje a tentar votar num referendo suspenso no início do mês pelo Tribunal Constitucional espanhol e as autoridades de Madrid a tentarem impedir a realização da consulta popular com milhares de agentes da Polícia Nacional e Guardia Civil na rua.
Centenas de eleitores, na maioria pró-independência, começaram ainda de madrugada a formar filas em frente às escolas onde foram instaladas assembleias de voto – ocupadas há dois dias por populares que queriam garantir a votação de hoje - para evitar que estas fossem fechadas pela polícia.
Os Mossos d’Esquadra (polícia catalã) fecharam dezenas de colégios eleitorais em toda a Catalunha, embora em alguns locais se tenham limitado a registar a concentração popular e saído sob aplausos da população.
Já a Polícia Nacional e a Guardia Civil protagonizaram momentos de tensão ao tentar impedir o referendo, tendo mesmo ocupado o pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da ‘Generalitat', Carles Puigdemont, e detido vários manifestantes.
Os opositores à independência, que os estudos de opinião indicam serem maioritários, não participaram na campanha eleitoral nem irão votar, para não darem credibilidade a uma consulta que o Estado espanhol considera ser ilegal.
O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu no início de setembro, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo Parlamento e pelo Governo da Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação convocado para hoje.
Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.
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