“Há 10 dias, durante as últimas negociações para tentar chegar a um acordo, o Qatar informou as duas partes de que pretendia suspender os seus esforços de mediação se um acordo não fosse alcançado durante essa mesma ronda”, disse, em comunicado, o porta-voz dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed Al Ansari.

Segundo a mesma nota, divulgada no sábado à noite, o Qatar comprometeu-se a voltar a mediar as negociações “quando as partes demonstrarem vontade e seriedade”.

Uma fonte diplomática, citada pela Agência France Presse (AFP), tinha dito antes que o Qatar se iria retirar do processo, acrescentando que o gabinete político do movimento islamita Hamas em Doha “já não tem razão de existir”.

Com os Estados Unidos da América e o Egito, o Qatar tem mediado as negociações entre as duas partes do conflito no Médio Oriente — Israel e Hamas — depois de uma única trégua em novembro de 2023, que durou uma semana e permitiu a libertação de reféns detidos em Gaza em troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

O Hamas e Israel acusam-se mutuamente de bloquear qualquer acordo, recusando cada lado as condições do outro para um cessar-fogo na guerra desencadeada a 07 de outubro de 2023 por um ataque do movimento islamita palestiniano contra Israel.

O ataque sem precedentes do Hamas, em 07 de outubro, no sul de Israel, resultou na morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas, incluindo reféns mortos. Nesse dia, 251 pessoas ficaram reféns. No total, 97 continuam reféns em Gaza, incluindo 34 declarados mortos pelo exército.

A ofensiva israelita lançada em retaliação na Faixa de Gaza fez 43.552 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, e provocou um desastre humanitário.