No início da conferência, o cardeal D. Américo Aguiar apresentou todo o painel presente no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa. Estão presentes o cónego Alexandre Palma, próximo presidente da Fundação JMJ 2023, Gonçalo Patrocínio, tesoureiro da JMJ, e João Duque e Nuno Valério, do ISEG.
O dia da apresentação das contas foi escolhido pela simbologia para a Igreja Católica, que a 31 de maio celebra a Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel, tema da JMJ 2023 em Lisboa.
D. Américo Aguiar começou por agradecer a todos os que estiveram envolvidos na preparação da Jornada, em especial ao então Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, que sonhou o evento em Portugal.
D. Américo Aguiar falou do passado, desde a candidatura de Portugal para organizar a JMJ, da covid-19 e do adiamento da iniciativa por um ano, da preocupação do Papa Francisco sobre a reação dos jovens a uma JMJ após a pandemia, dos apoios de empresas à iniciativa, e da concretização da jornada, passando pela reconversão de todo o espaço do Parque Tejo, entre Lisboa e Loures.
O cardeal lembrou ainda que todo o evento só foi possível devido aos "muitíssimos apoios materiais e de serviço", principalmente do "top 5 das empresas de referência": Jerónimo Martins, Altice, Grupo José de Melo, Fidelidade e El Corte Inglés.
E deixou muitos agradecimentos, incluindo à população da capital, afirmando e repetindo que os portugueses, quando têm um desafio são capazes e fazer “o melhor”.
Ficou ainda uma palavra de agradecimento às forças de segurança. "Não temos qualquer registo de qualquer incidente. Todos se prepararam para o pior, na esperança que acontecesse o melhor".
Na sessão foi apresentado um estudo de impacto económico do evento, realizado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), sobre o encontro mundial de jovens com o Papa, que decorreu entre 1 e 6 de agosto de 2023 em Portugal e que juntou cerca de 1,5 milhões de participantes.
Nuno Valério começou por fazer o resumo do estudo entregue à fundação, que assentou em seis indicadores: atividade económica, emprego, inflação, rendimento líquido, infraestruturas e efeito positivo de longo prazo.
Em resumo, conclui-se a existência de "dinamização da atividade económica, do emprego e do rendimentos líquido a curto prazo", assim como um "efeito positivo na reputação e procura futura a longo prazo". Consulte aqui os principais pontos.
De seguida, D. Américo Aguiar apresentou "o que ficou" da JMJ, dando como exemplo o Parque Tejo-Trancão, onde neste momento "está a ser preparado o Rock in Rio".
Segundo o cardeal, a JMJ 2023 significou um retorno de 35 milhões no final de 2023, baseado no números de inscrições (400 mil inscritos), no voluntariado e uma organização e gestão "austera". "Agora é fácil, mas em junho ou julho não tínhamos ideia nenhuma". Feitas as contas, há um lucro de mais de 35 milhões de euros — o que faz da JMJ em Lisboa "a mais lucrativa" de sempre.
D. Américo Aguiar lembrou que o dinheiro que sobra da Jornada servirá para "apoiar atividades e projetos de Lisboa e de Loures". "A possibilidade eram 3 ou 4 milhões, agora a possibilidade é XXL", diz, em referência ao valor remanescente. "Há muitíssimas possibilidades, mas isso é um sofrimento que eu já não vou ter", lembra, em referência ao novo presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023.
Tomando a palavra pela primeira vez, o cónego Alexandre Palma especificou que "o dinheiro é dos jovens". "Este é o princípio basilar, não apenas do presente e do futuro, mas já o era no passado. O foco da Fundação é a promoção da infância e da juventude", lembra, valores que surgiram logo em 2020.
"Vamos fazer à maneira relativamente semelhante do que se passa com as fundações. Este capital de proveitos vai ser usado para ser posto a render e a fundação vai redistribuir os proveitos deste rendimento. A fundação passa a funcionar efetivamente como uma fundação", especifica.
O plano da fundação ainda não está desenhado e só acontecerá quando o novo presidente tomar posse. Quanto às áreas a privilegiar, "há ainda aqui uma latitude grande", mas atuará "na área pastoral e na área da promoção da educação".
No que diz respeito aos donativos, D. Américo lembrou que foram conseguidos mais de 11 milhões "entre particulares e empresas". "Nem sempre foi dinheiro, várias empresas doaram serviço e produtos", lembra.
No final da conferência de imprensa, depois de recordar que a JMJ esteve inicialmente prevista para o aeródromo de Alverca, e de lembrar uma visita liderada pelo presidente da República ao Parque Tejo, quando este tinha mato e estava vedado, o cardeal ofereceu simbolicamente ao cónego Alexandre Palma uma cruz que usava na lapela alusiva à JMJ.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para receber a JMJ, com as principais cerimónias ocorreram no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
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