A monarca tem 93 anos de vida, 68 de reinado. E só por quatro vezes se dirigiu aos seus súbditos durante este período via alocução televisiva — descontando o tradicional discurso de Natal. Hoje, voltou a fazê-lo para enviar uma mensagem de esperança a todos os britânicos e aos 53 países membros independentes que integram a Commonwealth.

Numa mensagem gravada no Castelo de Windsor, Isabel II afirmou que estes são "tempos de grandes desafios" que trarão "enormes mudanças" para o Reino Unido, de acordo com a BBC. "Apesar de já termos enfrentado anteriormente desafios, este é diferente. Desta vez, juntamo-nos a todas as nações do mundo num esforço comum, utilizando os grandes avanços da ciência e a nossa compaixão instintiva para curar", disse.

"Vamos ter sucesso — e este sucesso é de cada um de nós", reiterou.

Durante o seu discurso, Isabel II recordou a memória da sua primeira comunicação ao país, em 1940, durante a II Guerra Mundial, com apenas 14 anos e ainda princesa, quando juntamente com a sua irmã Margaret fizeram uma emissão radiofónica para crianças — a pedido do então primeiro-ministro Winston Churchill.

"Nós, crianças, falámos daqui, de Windsor, para crianças cujas casas tinham sido evacuadas e que foram levadas por razões de segurança. Hoje, uma vez mais, muitos são aqueles que tem o sentimento doloroso da separação daqueles que amam. Porém, agora, tal como então, sabemos que é a coisa certa a fazer", disse.

Agradecimento aos profissionais de saúde

A Rainha agradeceu a todos os que estão "na linha da frente" no serviço nacional de saúde britânico (NHS, na sigla inglesa), mas também aos auxiliares e outros trabalhadores com posições chave que se encontram a combater a propagação do vírus e a tratar dos infetados.

"Tenho a certeza de que a nação concordará comigo quando digo que o que fazem é valorizado e que cada hora do vosso árduo trabalho nos aproxima de um regresso a tempos mais normais", disse.

Porém, Isabel II não se esquece dos cidadãos britânicos e agradece a todos aqueles que ficaram em casa e que "ajudaram a proteger os mais vulneráveis e pouparam muitas famílias de uma dor já sentida por aqueles que perderam os seus entes queridos".

"Juntos vamos atacar esta doença e quero assegurar-vos que nos manteremos unidos e resolutos. Depois, vamos ultrapassá-la", referiu.

A monarca quer ainda que todos sejam capazes de sentir orgulho na maneira como responderam a este desafio para que "os do futuro" possam anuir que "os britânicos desta geração foram tão fortes como quaisquer outros", pois tiveram autodisciplina, uma determinação bem-humorada e "sentimento de companheirismo" — características que definem o Reino Unido enquanto nação.

A mensagem, preparada juntamente com o governo, pretendeu expressar confiança e solidariedade ao país, evocando o espírito de coesão nacional numa altura em que as autoridades exigem aos britânicos o respeito pelas regras de confinamento para evitar a propagação do vírus.

"O orgulho em quem nós somos não faz parte do nosso passado. Define o nosso presente e o nosso futuro", explicou.

De acordo com a BBC, a mensagem da rainha foi gravada antecipadamente por um operador de câmara apenas vestido com equipamento de proteção, enquanto a restante equipa técnica permaneceu noutra sala. De resto, as outras ocasiões especiais em que fez um discurso semelhante aconteceu em 2012, aquando do 60.º aniversário desde a coroação, intervenções nas vésperas dos funerais da mãe, em 2002, e da princesa Diana, em 1997, e aquando do início da Guerra do Iraque, em 1991.

Isabel II já tinha publicado uma mensagem sobre a crise da pandemia covid-19 em meados de março quando antecipou a mudança sazonal do Palácio de Buckingham para o castelo de Windsor, com o marido, príncipe Filipe, de 96 anos, mas separada da restante família.

O filho e primeiro herdeiro na linha de sucessão, príncipe Carlos, encontra-se na propriedade real de Balmoral, onde esteve isolado há duas semanas por ter contraído o vírus, enquanto o neto e segundo na linha de sucessão, príncipe William, está na região de Norfolk com a respetiva família.

De acordo com o balanço feito hoje, o Reino Unido registou nas últimas 24 horas mais 621 mortes de pessoas infetadas, elevando o número total de óbitos durante a pandemia covid-19 para 4.934, indicou o Ministério da Saúde britânico.

O número de pessoas infetadas aumentou para 47.806, após diagnosticados mais 5.903 casos positivos em todo o país, que inclui Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

* Com agências 

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