Esta audiência foi divulgada no portal da Presidência da República na Internet, através de uma nota na qual se lê que também "esteve presente a secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim", acompanhada por fotografias do encontro.
A Raríssimas – Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) que recebe financiamento do Estado, cuja gestão foi colocada em causa por uma reportagem da TVI, exibida no dia 09 de dezembro.
Os depoimentos e documentos mostrados pela TVI denunciam alegadas irregularidades, incluindo o uso indevido de dinheiro desta IPSS para fins pessoais, visando em particular a fundadora e, até então, presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, que se demitiu do cargo na sequência desta reportagem.
Paula Brito da Costa foi entretanto constituída arguida, no âmbito da operação Raríssimas desenvolvida pela Polícia Judiciária e pelo Ministério Público, que está a ser conduzida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
Este caso provocou, no dia 12 de dezembro, a demissão do secretário de Estado da saúde Manuel Delgado, que a TVI noticiou ter sido consultor remunerado da Raríssimas, contratado entre 2013 e 2014, com um vencimento de três mil euros por mês.
Na véspera de Natal, o Presidente da República fez questão de ir visitar a Casa dos Marcos, da Raríssimas, na Moita, distrito de Setúbal, para "sublinhar que os utentes estão acima de todas as polémicas e que é para eles que as instituições existem e devem continuar a trabalhar com competência, dedicação, isenção e carinho", segundo uma nota então divulgada pela Presidência da República.
No dia 03 de janeiro, foi eleita em Assembleia-Geral Extraordinária uma nova direção da Raríssimas, com base numa lista apresentada por pais de utentes e funcionários da associação, presidida pela socióloga Sónia Margarida Laygue, mãe de uma criança de três anos com uma doença rara.
Na cerimónia de posse, no dia 05 de janeiro, Sónia Margarida Laygue elegeu como prioridades "esclarecer a situação financeira da instituição, manter o financiamento e apoios previstos nos próximos meses" e "retomar a confiança de todos os parceiros".
Numa primeira reação à reportagem da TVI, no dia 10 de dezembro, o Presidente da República defendeu que "é importante que se fiscalize, é preciso que se conclua se houve ou não ilegalidade ou irregularidade, que as crianças não sejam punidas por isso e, para o futuro, que não seja preciso denúncias para o Estado saber o que se passa nestas instituições".
Marcelo Rebelo de Sousa confirmou depois ter recebido no Palácio de Belém uma carta sobre a situação desta associação, dias antes da reportagem da TVI, mas disse que "não tinha nada de específico" quanto a eventuais irregularidades ou ilegalidades.
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