"Não vai ser simples, vai demorar tempo e vai ser uma luta, mas estamos cá para ela", afirmou aos jornalistas Sónia Margarida Laygue, que quer as contas da instituição auditadas e reunir-se com o Governo para a tutela contribuir para solucionar os problemas da Raríssimas.
Quanto à presidente demitida, Paula Brito da Costa, e aos ex-membros da direção em investigação por suspeitas de irregularidades na gestão, defende que não devem voltar, pelo menos até haver conclusões.
"Enquanto houverem processos na justiça, as pessoas implicadas devem ser afastadas", declarou, considerando que "não seria moral e eticamente aceitável" que voltassem a cargos na instituição.
Sónia Margarida Laygue ressalvou que não tira "de forma alguma o mérito a quem criou" a Raríssimas.
A presidente eleita, que tomará posse na próxima sexta-feira com os outros membros da lista que liderou para preencher os lugares deixados vagos pela demissão dos ex-membros, salientou que "é essencial e determinante para as famílias que a Raríssimas continue".
Mãe de uma menina de três anos que é diariamente assistida na associação, afirmou conhecer bem a resposta dada a pessoas "que de outra forma não teriam qualquer tipo de apoio e assistência para terem meios de se superarem todos os dias".
"Tenho toda a motivação dentro de mim para continuar este projeto", garantiu.
A nova dirigente pretende, como um dos primeiros atos, saber se as contas da instituição foram auditadas para compreender o "estado da nação" que vai assumir com a sua equipa.
Considera ainda importante "falar com o Governo diretamente" para que a tutela colabore na resolução dos problemas.
A lista liderada por Sónia Margarida Laygue foi hoje aprovada pela maioria dos sócios que compareceram na assembleia geral extraordinária da Raríssimas, menos de cinco por cento dos 566 associados ativos.
Preenche cinco lugares efetivos na direção, onde permanecem quatro membros da anterior.
Foram ainda eleitos três novos membros para o Conselho Fiscal da instituição.
Paula Brito da Costa, fundadora da Raríssimas, demitiu-se da presidência após uma reportagem da TVI em que se levantavam suspeitas sobre a sua gestão.
Foi constituída arguida no âmbito da operação Raríssimas desenvolvida pela Polícia Judiciária e Ministério Público, que está a ser conduzida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
A investigação da TVI mostrou documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente de Paula Brito da Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro para diversos gastos pessoais.
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