Num texto com trinta signatários publicado na edição ‘online’ do diário francês, os cineastas pedem “um fim imediato” da “chacina e crueldade” na Faixa de Gaza, que causou 21.822 mortos, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, desde o início da guerra, em 07 de outubro, segundo o governo do Hamas.
Christian Petzold, Apichatpong Weerasethakul, Wang Bing, Victor Erice, Radu Jude, Abderrahmane Sissako Claire Denis e Navad Lapid são outros dos realizadores de várias nacionalidades que decidiram juntar-se a este apelo para o fim dos bombardeamentos em Gaza, e a facilitação da ajuda humanitária no território.
“A terrível violência de 7 de outubro mergulhou israelitas e palestinianos num novo episódio de chacina e crueldade. Um massacre de proporções extremas está a ocorrer atualmente em Gaza, matando milhares de mulheres e crianças e destruindo as condições mínimas de sobrevivência de todo um povo”, escrevem na missiva realizadores como Ryusuke Hamaguchi, Walter Salles, Robert Guédiguian, Patricia Mazuy, ou Laurent Cantet.
Neste contexto, exigem “o fim imediato dos bombardeamentos em Gaza, a criação de corredores humanitários e os meios materiais exigidos por todas as organizações internacionais, bem como a libertação dos reféns”.
Os cineastas Claire Simon, Jia Zhangke, Mahamat-Saleh Haroun, Anand Patwardhan, Ira Sachs, Nobuhiro Suwa, Cédric Kahn, Arthur Harari, Philippe Faucon, Rithy Panh, Kiyoshi Kurosawa, Corneliu Porumboiu e Lav Diaz também aderiram ao apelo.
Na sexta-feira, a África do Sul acusou formalmente Israel de crimes de genocídio no enclave palestiniano de Gaza junto do Tribunal Internacional de Justiça, o principal órgão judicial da ONU, em Haia.
Num comunicado, o Governo de Pretória adiantou que foi apresentado no Tribunal Internacional de Justiça um pedido para instaurar um processo contra Israel relativamente a alegadas violações das suas obrigações ao abrigo da Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (a “Convenção do Genocídio”) em relação aos palestinianos na Faixa de Gaza.
Pretória sustentou que a África do Sul “está obrigada pelo tratado a prevenir a ocorrência de genocídio” na qualidade de signatária da Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.
O Governo de Israel reagiu com “repúdio” à acusação de “atos de genocídio” das suas forças em Gaza, apresentada perante o Tribunal Internacional de Justiça pela África do Sul, retorquindo que este país “coopera com uma organização terrorista”.
Os ataques israelitas foram lançados em retaliação a um ataque sem precedentes de comandos do Hamas que matou cerca de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, de acordo com os últimos dados oficiais israelitas, e fez mais de duas centenas de reféns.
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