“Existe um amplo consenso na opinião pública e entre os responsáveis pela decisão” sobre como reconstruir o pináculo, declarou a ministra, referindo que é sempre difícil a obra sair exatamente idêntica, mas pelo menos deverá captar o “espírito” do pináculo.
“No entanto, creio que será o Presidente da República (Emmanuel Macron) que tomará” a decisão, concluiu Roselyne Bachelot.
A ministra fez estas declarações numa entrevista à radio France Inter, poucas horas antes de uma comissão criada para tratar deste assunto, se pronunciar sobre o assunto.
Roselyne Bachelot criticou, por outro lado, a operação surpresa de protesto da organização ambientalista Greenpeace, que na manhã de hoje estendeu uma faixa no topo do guindaste de construção que está na basílica de Notre-Dame criticando a falta de ação de Macron contra as alterações climáticas.
“Devemos respeitar as obras” que são “extremamente frágeis” porque “qualquer intrusão nas obras de Notre-Dame pode ter consequências absolutamente terríveis”, alertou a ministra.
Na opinião de Roselyne Bachelot, com a ação desta manhã, que “parece atacar os trabalhos que são tão importantes para o consciente e o inconsciente coletivo”, a associação ambiental “não beneficia a sua causa”.
A Greenpeace abriu uma faixa com a mensagem “Clima: atos”, reclamando que o Presidente francês, apesar de falar muito sobre mudanças climáticas, não está a trabalhar para conter o aquecimento global.
A catedral encontrava-se em obras de restauro no seu exterior quando, em abril do ano passado, deflagrou um violento incêndio que demorou cerca de 15 horas a ser extinto.
A origem acidental do incêndio, um curto-circuito, continua a ser privilegiada, embora a causa do fogo não esteja esclarecida, e os resíduos calcinados deverão ser analisados ao pormenor para detetar o menor indício.
As obras de Notre-Dame têm enfrentado vários imprevistos, desde a necessidade de adotar medidas contra a contaminação por chumbo até à crise do novo coronavírus, passando pelo mau tempo no final de 2019, mas foram retomadas no final de abril.
Os andaimes colocados na torre da catedral de Notre-Dame de Paris para arranjar os danos causados pelo incêndio de 2019 serão retirados até final de setembro, assegurou no início de julho o representante do Governo para a reconstrução do monumento.
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