“É necessário continuar a corrigir os desequilíbrios financeiros da UBI e esperamos que nos compense através de um contrato-programa que possibilite a recuperação das infraestruturas, a construção de novos espaços pedagógicos, a recuperação das nossas infraestruturas desportivas, a recuperação das nossas cantinas e a estabilização dos nossos recursos humanos, docentes e funcionários, de apoio e suporte”, disse Mário Raposo, durante a sessão solene comemorativa dos 38 anos da universidade.
Na cerimónia, que marcou também os 50 anos de ensino superior na Covilhã, o reitor da UBI mencionou o relatório da OCDE, através do qual é demonstrado que a instituição foi a universidade portuguesa que, durante 15 anos, recebeu menos financiamento por aluno, o que considerou uma falta de equidade que começou a ser corrigida a partir de 2023.
“Ao longo daqueles 15 anos, a UBI foi privada, em termos acumulados, de mais de 50 milhões de euros”, frisou Mário Raposo, salientando que muito mais poderia ter sido feito com essa verba.
Segundo o reitor, “a UBI soube encontrar caminhos que permitiram a sua afirmação, apesar dos ataques sucessivos à instituição, o mais grave dos quais se traduziu num subfinanciamento crónico a partir do ano de 2009 e que se estendeu até aos nossos dias”.
A concretizar-se esse apoio, decorrente de um contrato-programa compensatório, Mário Raposo garantiu que a universidade saberá responder “através de uma escrupulosa utilização dos recursos, de uma transparente prestação de contas e de um compromisso cada vez mais acentuado para com a região, para com o país e para com a sociedade”.
Atualmente com “mais de 9.500 estudantes”, entre os quais 720 de doutoramento, e envolvida em “158 projetos de investigação”, a UBI é “um farol de luz que ilumina e irradia o desenvolvimento” da região, com quem a instituição trabalha numa lógica de complementaridade.
O presidente da Associação Académica da UBI (AAUBI), João Nunes, alertou que “as infraestruturas começam a revelar-se insuficientes para dar resposta às necessidades” dos estudantes, dando como exemplo o alojamento, cantinas, laboratórios, salas de aula e “o bem-estar psicológico”.
“É impensável que a capacidade de resposta do apoio psicológico seja tão reduzida e que os estudantes sejam remetidos para uma lista de espera quando têm de pedir ajuda. A saúde mental não espera”, disse o representante dos alunos.
Durante a cerimónia foi homenageado o antigo reitor Manuel Santos Silva, que recebeu o diploma de professor emérito, pelos altos serviços prestados e pelos relevantes contributos para a expansão e afirmação da UBI.
O covilhanense Pedro Roseta, ex-ministro da Cultura e antigo deputado, com “intervenção preponderante na defesa do Instituto Politécnico da Covilhã e da sua conversão em Instituto Universitário da Beira Interior” foi também distinguido.
O terceiro homenageado foi o professor aposentado Fernando de Jesus, pelo contributo para “a qualidade do ensino” e para “o prestígio da Instituição”, na cerimónia em representação do “corpo inicial de docentes desta academia”, acentuou o reitor.
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