O Estado português paga anualmente a três universidades norte-americanas, nomeadamente Carnegie Mellon, MIT e Austin/Texas ao abrigo de protocolos realizados em 2006 um valor semelhante ao que atribui à totalidade dos laboratórios associados do sistema científico nacional, que reúnem cerca de cem centros de investigação e quase 10 mil investigadores. Até ao momento Portugal já desembolsou 310 milhões de euros, um terço dos quais só nos últimos cinco anos. Para o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), este protocolo deveria ser repensado.
Em declarações ao jornal Expresso, o presidente do CRUP, António Sousa Pereira sublinhou que: “Não existem recursos para financiar a ciência em Portugal e gastamos milhões a financiar universidades americanas, com um retorno duvidoso para o país”.
O debate sobre este programa acontece porque a terceira fase desta cooperação, lançada originalmente por Mariano Gago, termina no final deste ano, estando agora em debate a renovação dos contratos. O jornal Expresso destaca que estes protocolos que promovem sobretudo a internacionalização da ciência e tecnologia portuguesas, através da formação de doutorandos e da investigação, despenderam ao Estado desde 2018, cerca de 20 milhões de euros por ano, quase tanto como os 24 milhões de euros que, em média, recebeu anualmente toda a rede nacional de laboratórios associados.
Para decidir a continuidade ou não destas parcerias, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior quis ouvir várias entidades, entre as quais o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) que terá recomendado, num parecer enviado à ministra Elvira Fortunato, a suspensão das parcerias com as universidades americanas e defendido que estas não devem ser renovadas sem que haja uma “definição clara dos objetivos e resultados esperados”.
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