Num comunicado divulgado na noite de sexta-feira, a OMS afirmou que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) entregou nesse mesmo dia mais de 43.000 doses por via aérea à capital centro-africana, Bangui, devendo chegar mais de 120.000 nos próximos dias.
“[A RCA é] o primeiro país a receber a vacina contra a malária ‘R21’ para uso na imunização infantil de rotina, marcando mais um passo em frente na prevenção da doença e salvando a vida das crianças”, disse a organização.
Em 2021, a OMS já recomendava o uso da vacina ‘RTS,S/AS01’, mais conhecida por ‘Mosquirix’, em áreas de transmissão moderada e alta da malária.
Desde 2019, num programa coordenado pela OMS, o Gana, o Quénia e o Maláui administraram a vacina a mais de dois milhões de crianças, registando uma queda de 13% nas mortes e uma redução substancial da malária grave.
Em 2023, o organismo aprovou o lançamento da ‘Mosquirix’, além da aprovação de uma segunda vacina, a ‘R21/Matrix-M’. Agora, a RCA é o primeiro país a receber a vacina para uso de rotina.
“Com dois produtos agora disponíveis para os países, o aumento do fornecimento de vacinas contra a malária é um ponto de viragem para a sobrevivência e a saúde das crianças”, afirmou a diretora da Divisão de Abastecimento da UNICEF, Leila Pakkala.
A malária é uma das doenças mais letais do mundo, matando cerca de meio milhão de crianças com menos de cinco anos todos os anos em África.
A RCA tem uma das taxas de incidência de malária mais elevadas do mundo.
A OMS estima que, em 2022, foram registados no país pouco mais de 1,7 milhões de casos de malária, provocando 5.180 mortes.
A República Centro-Africana, juntamente com o Chade, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Moçambique, Nigéria, Sudão do Sul e Uganda estão a preparar-se para receber remessas de R21/Matrix-M.
A malária é uma doença causada por parasitas transmitidos aos seres humanos através da picada de mosquitos ‘Anopheles’ infectados.
A África é a principal fonte mundial de infeção por malária, sendo responsável por cerca de 95% das mortes por paludismo a nível mundial e 94% dos casos até 2022.
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