Entre as áreas da saúde, transportes, educação, logística, são várias as startups da Ucrânia que vieram este ano à Web Summit 2024. Sob o lema 'Desbloquear o código de ousadas inovações', pretendem mostrar ao mundo que a tecnologia na Ucrânia tem pernas para andar e está mesmo a andar, não bloqueou devido à guerra que rebentou naquele país, em 2022, quando a Rússia invadiu este território.

Como prova do dinamismo desta área neste país, deslocou-se a Lisboa Alex Bornyakov, vice-ministro do governo ucraniano, que, numa curta conversa com o SAPO24, revelou as ambições "sérias" do univerno tecnológico da Ucrânia.

"Queremos transformar a Ucrânia num dos principais países de hubs tecnológicos. Este é o caminho que estamos a seguir e a trabalhar numa transformação digital. Temos recursos e meios para tal, estamos a trabalhar com muitas empresas e a ajudar muitas startups. Algumas vieram a Lisboa, mas há muitas mais", salientou Alex Bornyakov, explicando logo depois que o caminho, contudo, não tem sido fácil.

ucrânia
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"A indústria tecnológica, e não só, tem passado por muitos desafios desde a invasão russa, em fevereiro de 2022, mas a sua resiliência tem sido fantástica. Ninguém baixou os braços e todos perceberam que temos de seguir um rumo, um caminho para o futuro, não podemos ficar para trás. Viemos aqui para provar isso mesmo, apresentar um projeto que garante uma cooperação na evolução da comunidade tecnológica, de forma a melhorar as capacidades do nosso país neste ramo", diz, acreditando que o futuro neste área será risonho.

"Acreditamos que sim. Quando disse que queremos fazer da Ucrânia um dos principais países nesta área é porque estamos a trabalhar nesse sentido e o feedback que temos recebido do exterior é muito bom. Estamos a crescer todos os anos, mesmo passando por um problema que é sério. Contudo, estamos a trabalhar bem e a criar condições para que as empresas e a comunidade tecnológica não fique para trás, antes pelo contrário", referiu.

Chegar a todo o lado de forma mais rápida

Da Ucrânia vieram então algumas ideias e várias startups. Uma delas a VanOnGo, uma startup no ramo dos transportes, que promete facilitar a forma de levar uma mercadoria do remetente ao destinatário.

"Temos uma equipa que trabalhou no ramo durante muitos anos e começámos a perceber que muitas coisas tinham de mudar, sobretudo o conceito de ligação do cliente com as empresas. Dessa forma avançámos com a VanOnGo, que permite isso mesmo, uma relação mais próxima com o cliente, uma interação desde o envio até o destino final da encomenda. Todos os passos são vistos ao momento e podem ser até, se quiserem, seguidos via vídeo. E mais importante que isto, otimizamos o espaço nos transportes, de forma a cada vez existirem menos veículos de transportes nas estradas, reduzindo as emissões de carbono", diz Maryna Chepurna, falando também do grande problema que é a guerra.

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"Não temos dúvida que dentro da Ucrânia é um problema, embora trabalhemos por todo o mundo. Na Ucrânia temos de estar preparados para tudo, mas temos de seguir as nossas vidas, não podemos simplesmente ficar fechados em casa", afirmou, referindo logo depois que a VanOnGo esteve "na frente da batalha" para ajudar o seu país.

"Tivemos de perceber o que poderíamos fazer para ajudar na linha da frente, atender às necessidades dos voluntários e ajudar na logística de carga humanitária. Nos primeiros temos trabalhámos quase sem pausas, Tivemos de encontrar unidades de munições,  colchões, camas dobráveis, etc. Dou sempre este exemplo, num dia às 11h00 recebemos um pedido para encontrar dois coletes à prova de bala em Odessa, e às 14h00 tínhamos a informação que tudo chegou ao destinatário. É assim que funcionamos", salientou.