Os restos mortais de mais de 300 corpos, na sua maioria de bebés e crianças, foram encontrados numa vala comum em Oldham, no Reino Unido.
A descoberta foi feita, no Cemitério Royton, por uma mulher que procurava pelos dois irmãos, um nado-morto e um bebé que morreu cinco horas depois do seu nascimento, em 1962, depois de ler a história de uma outra mulher que, em 2022, encontrou o filho que tinha nascido morto, em 1969, num cemitério em Wirral.
De acordo com a Sky News, as vereadoras da Câmara da cidade, Maggie Hurley e Jade Hughes, revelaram, em comunicado, que 146 dos restos mortais encontrados eram de nados-mortos e os outros 128 eram de bebés ou crianças pequenas.
Ao todo foram encontrados restos mortais de 303 corpos, dos quais 147 foram possíveis de identificar através dos dados disponíveis na internet, enquanto 156 ainda estavam por identificar.
"A equipa está atualmente no processo de retificar os dados, cruzando referências de todos os registos disponíveis e atualizando o banco de dados online", lia-se no comunicado.
Na região, e até meados da década de 1980, os nados-mortos eram retirados das famílias sem consultar os pais, que não sabiam para onde os filhos eram levados.
"É uma injustiça gritante que os pais tenham sido privados do direito fundamental de enterrar os seus bebés, um direito que deveria ser inerente e inquestionável", disseram as vereadoras. "Esta situação deve despertar o nosso senso coletivo de justiça e empatia", acrescentaram.
A instituição de caridade Sands reforçou a ideia e contou que os pais de nados-mortos ou de bebés que morreram logo após o nascimento, anteriormente, não eram consultados sobre os preparativos do funeral.
"Antes, os pais geralmente não eram envolvidos e muitos não eram informados sobre o que acontecia com o corpo do bebé", informou a instituição de caridade, acrescentando que tal só mudou a partir de meados da década de 1980. "Alguns pais que tentaram rastrear o túmulo ou o registo de cremação de um bebé que morreu há algum tempo tiveram sucesso", referiu.
No entanto, em muitos outros casos, os bebés eram enterrados em covas partilhadas com outros bebés, o que dificultava a identificação dos filhos por parte dos pais.
De acordo com a instituição Sands, "havia uma crença geral, tanto entre os profissionais quanto entre a sociedade como um todo, de que era melhor continuar como se nada tivesse acontecido".
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