“O senhor primeiro-ministro foi rigoroso no anúncio que faz, eu gostava apenas de aditar que quando estávamos na Cimeira da Nato, enquanto ministro da Defesa, o mesmo se deu também com o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Álvaro Castelo Branco, já tínhamos tido um conjunto muito grande de reuniões com as chefias militares, também com o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, e o secretário de Estado teve a oportunidade de receber as associações militares”, afirmou.
Nuno Melo falava aos jornalistas depois de discursar no encerramento das jornadas parlamentares do partido, que decorreram na Assembleia da República, em Lisboa.
O ministro afirmou que “nestes próximos dias, talvez nestas próximas semanas”, o Governo deverá “reunir com uns e com outros”.
“Mas esse caminho já tinha sido feito, de resto foi esse caminho que nos permitiu identificar as prioridades e aquilo que achamos serão a concretização de medidas que darão resposta a cada um destes problemas que serão para muito em breve”, afirmou.
Na quinta-feira, no final da cimeira da NATO, em Washington, o primeiro-ministro anunciou que o Governo irá "colocar em marcha" o processo negocial com os militares com vista a uma valorização remuneratória, sem se comprometer com montantes mas garantindo que não irá comprometer as contas públicas.
Já no discurso de encerramento das jornadas, o ministro da Defesa Nacional prometeu novidades ainda este ano.
“Em 2024 vão ter novidades, vão ter notícias e os militares vão ter razões para se sentirem muito melhor”, disse.
Questionado no final porque não adiantou hoje as medidas que o Governo vai tomar, Nuno Melo disse que “tudo tem um tempo próprio e este não é nem o momento, nem o local” e sustentou que “as medidas que são do Governo têm de ser anunciadas no contexto do Governo, pelo menos no que tem a ver com a Defesa desde logo”.
Melo, que é também presidente do CDS-PP, disse que as medidas “serão comunicadas muito brevemente” e defendeu que “beneficiarão, como há muitos anos não acontecia, as Forças Armadas”, após “um desinvestimento crónico de muitos anos nas Forças Armadas”.
E traçou o diagnóstico: “Nós temos hoje problemas de recrutamento e de retenção porque os salários são baixos, os suplementos não são adequados, o alojamento muitas vezes não existe ou é caro, muitas instalações não estão recuperadas, o equipamento poderia ser muito melhor e, par disto, o que tem a ver também com os ex-combatentes, num estatuto que pode ser melhorado com outras garantias que o Estado deve assegurar”.
O governante indicou que a prioridade serão as medidas dirigidas aos militares atuais e antigos combatentes, que se prendem com “as prioridades que foram definidas” pelo executivo.
“Há depois um investimento que terá que ascender a 2% do Produto Interno Bruto até 2029 que também será traduzido em muitas outras medidas, no que tem a ver com indústria, tecnologia, ciberespaço, espaço, equipamentos, património edificado, alojamento. Portanto, nós teremos, no tempo desta legislatura, muito por fazer na área da Defesa”, indicou.
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