“Para já, há sinais contraditórios por parte da Noruega, por exemplo, que também é produtor, e da Rússia, que não se sabe se irá avançar ou não. Apesar de tudo, é normal que, caso o acordo (OPEP) realmente aconteça, os preços subam”, disse à Lusa o vice-presidente da ANAREC, Francisco Albuquerque.
Os Estados-membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) concordaram na quarta-feira, em Argel, em reduzirem a produção de crude em 2017, para 32,5 milhões de barris por dia.
“Apelamos ao Governo para se esforçar por seguir uma política racional e responsável num setor tão estratégico e fundamental para o nosso país como é o setor dos combustíveis”, disse o vice-presidente da ANAREC, em declarações à Lusa.
Tendo em conta o anúncio da OPEP e face à previsível nova conjuntura, Francisco Albuquerque salientou que o mais preocupa os revendedores são exatamente as políticas do Governo português para o setor, considerando que “de forma alguma se deveria voltar a subir a taxa de ISP (imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos)”.
O responsável defendeu que se deveria rever a medida de incorporação de biocombustíveis, “não aumentando a sua percentagem de incorporação”, já que esse aumento vai contribuir para a subida do preço dos combustíveis em 2017.
Quanto à decisão da OPEP, Francisco Albuquerque indicou que nada está decidido quanto à produção, uma vez que para novembro está agendada uma nova reunião, havendo várias questões em cima da mesa.
Os países da OPEP fornecem cerca de 40% da oferta mundial de crude.
A decisão tomada quarta-feira significa uma diminuição de 750 mil barris/dia em relação ao mês de agosto, indicou a agência Bloomberg News, que citou um membro de uma delegação, que pediu o anonimato.
A decisão foi tomada em Argel, numa reunião informal da organização, para debater um eventual congelamento da produção e tentar fazer subir as cotações do petróleo.
O acordo deverá ser aprovado em Viena, a 30 de novembro deste ano.
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