Na sua página oficial, a academia refere que “depois de alguns meses e tendo em conta a publicação de vários artigos em órgãos de comunicação social portugueses, assim como uma mais aprofundada avaliação do trabalho científico do professor relativamente ao tema do fim da vida, a academia chegou, de completo acordo com o Rui Nunes, à revogação da nomeação”.
A revogação da nomeação foi feita através de uma carta que o presidente da academia assinou e enviou ao catedrático português, salienta.
“Estamos, de qualquer maneira, certos de que poderá haver mais oportunidades para trabalharmos juntos sobre relevantes temas de bioética que, futuramente, se apresentarem, mesmo que com diferentes visões e bases antropológicas e teológicas”, realça.
A 27 de fevereiro, o presidente da Associação Portuguesa de Bioética havia sido nomeado para a equipa de conselheiros do Papa Francisco nas áreas da dignidade humana face aos desafios da ciência e da tecnologia.
Rui Nunes havia sido nomeado membro da Pontificia Accademia Pro Vita que tem por missão aconselhar o Papa Francisco no que diz respeito aos valores da vida e do respeito pela dignidade humana, nomeadamente face aos desafios da ciência e da tecnologia.
“É uma enorme honra pela referência que o Papa Francisco representa hoje para toda a humanidade”, assumiu, na altura em comunicado, o também coordenador do Departamento de Investigação da Cátedra de Bioética da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Rui Nunes, citado na nota, dizia que aceitava esta tarefa “com espírito de missão e com um profundo sentido de responsabilidade, dado que os desafios com que as ciências biomédicas se confrontam atualmente à escala global implicam uma reflexão ética sem precedentes”.
Em nota enviada hoje à Lusa, o catedrático explica que a revogação da nomeação foi por “acordo mútuo”.
“Entendeu-se, agora, que era mais profícua uma colaboração mais informal permitindo este tipo de colaboração que o Prof. Rui Nunes mantenha toda a sua liberdade e independência na defesa de problemas candentes da bioética contemporânea, designadamente a defesa do testamento vital, a implementação de políticas de igualdade de género ou a aplicação das mais modernas tecnologias de procriação medicamente assistida”, sublinha.
A Pontificia Accademia Pro Vita foi criada em 1994 e tem como missão o estudo, informação e formação sobre os principais problemas das ciências biomédicas e do direito relativos à promoção e defesa da vida, sobretudo na sua relação direta com a moral cristã e as diretrizes da Igreja.
A Academia é presidida por Vincenzo Paglia desde agosto de 2016.
(Artigo atualizado às 17:00)
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