Numa sessão temática sobre educação e demografia na campanha para as legislativas antecipadas de 30 de janeiro, Rui Rio foi questionado diretamente sobre esta matéria.
“Em 2019, as circunstâncias não eram exatamente as mesmas tínhamos falado que prevíamos repor essa injustiça a três níveis: com uma parte de promoção mesmo, outra parte de redução da carga letiva e outra parte de antecipação da reforma”, afirmou.
O presidente do PSD admitiu que “hoje as circunstâncias mudaram um pouco” e já não existem condições de “poder dizer rigorosamente a mesma coisa”.
“O Orçamento do Estado hoje está muito mais difícil porque se meteu a pandemia, voltou a disparar o défice e a dívida”, afirmou.
Por outro lado, Rio salientou que “há falta de professores em determinados grupos de docência” e fazer a redução da carga letiva poderia agravar este problema.
“Aquilo que nos resta poder fazer é minorar esse efeito renegociando uma recuperação do tempo para efeitos de reforma. Reformarem-se mais cedo, no fundo é isso”, afirmou.
Em mais uma edição das “Conversas Centrais” – que diariamente encerra o dia de campanha do PSD -, Rio acusou ainda o Governo de uma “falta de respeito transversal” por várias classes profissionais, nas quais incluiu professores, mas também médicos, enfermeiros, forças de segurança e até os antigos combatentes.
“Vou no terceiro dia de campanha, passei em muitos sítios, todos os dias me vem alguém falar nos antigos combatentes. Até aos antigos combatentes o Governo de certa forma falta ao respeito”, criticou, considerando que “essa falta de respeito é transversal no comportamento deste Governo”.
Rio recuperou uma crítica que já fez várias vezes e que, disse, lhe custou “muitas inimizades”: o facto de um jovem magistrado poder ganhar mais do que um professor no topo de carreira.
“Mas isso é para o lado que durmo melhor. Custa-me a inimizade dos magistrados que não gostam de mim, mas isto não é justo, não é correto”, reforçou.
Antes, o antigo ministro da Educação e vice-presidente do PSD tinha traçado um quadro negro do setor. “Estamos a dar cabo de uma geração devido à irresponsabilidade e teimosia de querer meter a ideologia dentro da educação”, acusou.
Da audiência, além de muitas perguntas sobre educação, vieram também várias sobre o distrito de Viseu, com pedidos de uma universidade pública para o distrito, uma ligação de comboio e a conclusão das obras do IP3 para Coimbra.
“Viseu não pode ser só o ‘cavaquistão'”, alertou um dos apoiantes.
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