“Mal seria nós neste momento começarmos a fazer ataques e prejudicar com isso a força que Portugal como um todo possa ter em Bruxelas. O Governo português está a tentar melhorar essa situação e aquilo que se impõe é que o PSD continue a fazer aquilo que tem feito nesta matéria, que é apoiar o Governo em Bruxelas no sentido de Portugal receber mais fundos do que aqueles que neste momento está previsto”, afirmou Rui Rio no final de uma reunião com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que hoje decorreu no Porto.
Assegurando que o PSD vai “continuar a procurar que Portugal tenha a melhor negociação possível nesta matéria da PAC”, Rio salientou estar em causa “uma quebra brutal para todos os países europeus” nos apoios ao desenvolvimento rural, “mas que em Portugal se sente particularmente”.
“No nosso caso o segundo pilar pesa cerca de 50% e portanto uma quebra de 17% em 50% é um problema realmente sério, mais do que para a agricultura, para as finanças públicas portuguesas”, sustentou, explicando que tal implicaria que “um valor acima de 200 milhões de euros” tivesse que ser coberto pelo Orçamento do Estado português.
Outro dos temas que Rui Rio diz ter discutido hoje na reunião com a CAP foi o da votação na generalidade, prevista para sexta-feira, do pacote laboral subscrito por todos os parceiros da concertação social, com exceção da CGTP.
“A CAP teme que aquilo que foi assinado em concertação social possa ser desvirtuado através de propostas oriundas do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista, que estão contra este acordo. O apelo que nos é feito é no sentido de nós procurarmos que o acordo não seja desvirtuado no Parlamento relativamente aquilo que foi apoiado na concertação social”, afirmou Rio.
Salientando que o PSD “tem e sempre teve um grande respeito pela concertação social”, o líder partidário considerou que, mesmo sendo o Parlamento a ter “a última palavra”, é “muito importante” não “desvirtuar” o acordo a que chegaram os vários parceiros sociais.
“Se agora no parlamento o que for à votação final global for desvirtuado através da especialidade, aí vamos ver com atenção como é que foi desvirtuado, ou já não será o documento da concertação social”, avisou Rio.
“Agora – ressalvou – [o documento] pode ser alterado e não desvirtuado, não tem de ser o documento exatamente como é”.
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