A companhia aérea garantiu que “operou todo o seu calendário de voos portugueses, com zero cancelamentos, graças ao ótimo trabalho" dos seus pilotos portugueses e da tripulação que "não apoiou esta greve injustificada”, segundo a empresa.
Durante os cinco dias, entre 21 e 25 de agosto, a transportadora indicou que “todos os voos de/para Portugal partiram dentro do horário previsto, com uma pontualidade média de mais de 90%”, atribuindo atrasos pontuais a questões relacionadas com o controlo de tráfego aéreo.
A paralisação foi convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), com a justificação de que a Ryanair continua a “incumprir com as regras impostas pela legislação portuguesa, nomeadamente no que respeita ao pagamento dos subsídios de férias e de Natal, ao número de dias de férias e à integração no quadro de pessoal dos tripulantes de cabine contratados através das agências Crewlink e Workforce”, de acordo com um comunicado do dia 01 de agosto.
A Ryanair salientou, no mesmo comunicado de balanço, que “mantém abertura para trabalhar com o SNPVAC para chegar a um acordo" e apela "a que regressem às conversações o mais depressa possível”.
A transportadora garante que propôs um acordo de empresa que responde às preocupações dos tripulantes e que cumpre com a lei portuguesa, oferecendo aumentos nos salários “ao longo de cinco anos” e garantindo que o pessoal já recebe “remunerações bem acima das que são praticadas no mercado local”.
Paralelamente, a Ryanair adiantou que pretende continuar com a forma como organiza as escalas e que implica voar em média “apenas 10 ou 12 dias por mês”.
A Lusa contactou o SNPVAC para um balanço da paralisação e aguarda resposta.
A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) realizou ações inspetivas nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, durante a paralisação, na sequência da denúncia de alegadas irregularidades relacionadas com o direito à greve.
“A ACT tomou conhecimento de alegadas irregularidades relacionadas com o direito à greve dos tripulantes de cabine da companhia aérea Ryanair nos aeroportos do Porto, Lisboa e Faro e desencadeou de imediato uma intervenção inspetiva”, afirmou à Lusa fonte oficial da ACT, na quinta-feira.
A Lusa questionou a Ryanair sobre as alegações de que teria cometido irregularidades durante a paralisação, com duplicação de grevistas, entre outras coisas, mas a companhia aérea não respondeu a esta pergunta.
Em 2018, a ACT detetou aspetos irregulares em outra paralisação dos tripulantes da Ryanair e deu conta de que as infrações detetadas naquela greve deram origem a três participações crime junto do Ministério Público, de acordo com a subinspetora-geral da ACT, Fernanda Campos, em declarações à Lusa, na quinta-feira.
Fernanda Campos adiantou que as inspeções realizadas no ano passado durante greve dos trabalhadores da Ryanair foram detetadas infrações muito graves que levaram ao levantamento de autos notícia, cujas coimas aplicáveis podem ir até aos 215 mil euros.
Comentários