Marta Almeida foi uma das oradoras do Think Tank “Agenda da Terra”, uma iniciativa organizada pela estrutura das Mulheres Socialistas em parceria com o Gabinete de Estudos do PS, com o objetivo de debater as preocupações e problemas relacionados com a sustentabilidade do planeta.
Apesar de os problemas da qualidade do ar causarem todos os anos cerca de seis mil mortes em Portugal, a maioria das pessoas, precisou a investigadora do Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares (C2TN) do Instituto Superior Técnico (IST), não tem a perceção do risco real da poluição atmosférica.
“As pessoas têm medo de um ataque terrorista, mas ninguém tem medo de sair à rua e respirar”, salientou a investigadora que lidera dois projetos europeus – o ClimACT e o LIFE Índex-Air - no valor de 1,4 milhões de euros cada um.
Com o primeiro projeto pretende-se ajudar as escolas a reduzir a pegada de carbono, enquanto o segundo visa o desenvolvimento de ferramentas de apoio às decisões para reduzir a poluição do ar, sendo que estas serão tanto melhor aceites quanto mais sensibilizadas as pessoas estiverem para os problemas das partículas suspensas.
Henrique Pereira, investigador no CIBIO – InBio, da Universidade do Porto e na Universidade de Halle-Wittenburg, na Alemanha, na área da Conservação da Natureza, centrou a sua intervenção na floresta, apontando alguns dos problemas que enfrenta, desde a excessiva fragmentação das propriedades, à aposta no eucalipto ou à falta de incentivos à gestão da propriedade rural.
Lembrando que em cerca de meio século o eucalipto passou a dominar o panorama florestal nacional, Henrique Pereira precisou que, do ponto de vista económico, o eucalipto é muito vantajoso para quem os detém, quando tudo corre bem. Já quando “as coisas correm mal, pagamos todos”, precisou.
Para o investigador, faltam mecanismos que permitam responsabilizar os produtores florestais e faltam também respostas fiscais que incentivem a gestão da propriedade rural. Neste contexto apontou o reduzido valor do Imposto Municipal sobre os Imóveis que incide sobre os prédios rústicos.
Num debate em que mais de duas dezenas de pessoas de diversos setores da sociedade e de várias faixas etárias foram convidadas a partilhar as suas ideias, soluções, projetos, dúvidas e receios sobre a sustentabilidade ambiental, Miguel Petchkovsky falou de como a junção de artistas com cientistas pode ajudar a reforçar a sensibilização da sociedade para os problemas do ambiente.
Um dos passos nessa ‘parceria’ foi dado com a realização da 1.ª Bienal da Antártida, que juntou cientistas e artistas de 27 países. Um novo passo está agendado para 2020 com a realização, em Lisboa, da 1.ª Bienal do Ambiente, que terá como tema a água e como subtema a arte de comunicação científica.
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