Na informação, a gestão do GMG, que detém publicações como o Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF, explicou que a situação financeira da empresa é “gravíssima”.
“Devido à gravíssima situação financeira com que se debate o Global Media Group, com a acumulação de elevados prejuízos e a existência de um total défice de tesouraria, o pagamento atempado dos salários no último ano só foi possível devido a transferências feitas pelo acionista Marco Galinha”, destacou a empresa.
No entanto, “com a alteração recente na estrutura acionista, em grande parte motivada pelo facto de se tornar insustentável para o referido investidor continuar a suportar sozinho a manutenção do GMG, tais transferências passaram a ser suportadas pelo novo acionista, o World Opportunity Fund (WOF)”, explicou a Comissão Executiva.
Os gestores destacaram que “ao longo destes últimos meses, de modo a assegurar o funcionamento diário do grupo, tem sido escrupulosamente cumprido o plano de regularização fiscal, bem como o pagamento dos fornecedores essenciais à atividade das diferentes marcas” do GMG.
A Comissão Executiva lamentou “a campanha permanente que tem sido vítima o GMG por parte de alguma concorrência, com a adulteração de factos e criação de falsas narrativas”, que “conjugada com os graves problemas financeiros que há muito vive este grupo”, impossibilitou “o acesso à banca nacional” por parte da empresa, “obrigando assim o recurso a transferências internacionais por parte do WOF, e que têm sido indispensáveis para garantir o pagamento dos salários”.
Assim, “a Comissão Executiva do GMG informa que, por atraso nos procedimentos administrativos e de ‘compliance’ referente à transferência feita pelo WOF, os salários do mês de novembro apenas serão processados no início da próxima semana, logo que as verbas transferidas do estrangeiro estejam acessíveis”.
A gestão rematou indicando que “tem plena noção da urgência da regularização desta situação e dos constrangimentos que este mesmo atraso causam, não deixando, porém, de lamentar todos os obstáculos com que tem sido confrontado quem se dispôs, através de um forte investimento, a criar uma última alternativa para impedir a falência do grupo e o encerramento das suas marcas”.
Na semana passada, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) considerou “inadmissível, inviável e impensável” a intenção do Global Media Group de avançar com o despedimento de 150 pessoas, sobretudo no Jornal de Notícias e na TSF, segundo um comunicado.
A estrutura sindical criticou ainda o novo presidente do Conselho de Administração do GMG, José Paulo Fafe, por ter desmentido, em declarações a meios de comunicação social, o que “a administração anunciou de viva voz a vários representantes de trabalhadores no grupo”, referindo que os despedimentos são apenas “uma hipótese teórica”.
Em outubro, foi noticiado que o fundo de investimento World Opportunity detém 51% do capital social da Páginas Civilizadas, a qual controla, diretamente e indiretamente, 50,25% da Global Media e 22,35% da Lusa, informou a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
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