A greve é convocada pelo Sindicato Nacional da Proteção Civil (SNPC), que promove também hoje junto ao Ministério do Ambiente, em Lisboa, uma concentração com sapadores florestais fardados, onde vão simbolicamente depositar os seus capacetes para denunciar “os 22 anos de puro abandono”, disse à Lusa Alexandre Carvalho, coordenador do SNPC.
O sindicalista avançou que os sapadores florestais existem há 22 anos, mas “não têm uma carreira” nem “uma profissão regulamentada”.
Nesse sentido, sublinhou, que os sapadores florestais exigem uma carreira e um estatuto profissional que dignifique estes trabalhadores, que têm salários baixos e precários.
O Sindicato Nacional da Proteção Civil refere que os sapadores florestais têm o salário “mais baixo da proteção civil” ao auferirem o ordenado mínimo, não tendo uma carreira e estatuto profissional que regulamente a sua profissão ou que lhes seja atribuído “um simples subsídio de risco”.
Segundo o sindicato, existem atualmente cerca de dois mil sapadores florestais que trabalham para o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), municípios, freguesias e comunidades intermunicipais, estando também presentes no setor privado em associações de produtores florestais, baldios e agrupamentos de baldios.,
“Os sapadores florestais são os únicos operacionais do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) que atuam durante todo o ano na floresta contribuindo para que haja uma eficaz gestão de combustíveis para a prevenção de incêndios rurais”, refere o sindicato, frisando que no verão estão também em ações de vigilância e de apoio ao combate aos fogos.
O Governo, através das secretarias de Estado da Conservação da Natureza e Florestas e do Trabalho e Formação Profissional, criou um grupo de trabalho para resolver a situação atual das carreiras dos sapadores florestais, nomeadamente ingressos, vencimentos, categorias e formação profissional, devendo a primeira reunião ocorrer em setembro.
Comentários