“Se Rui Moreira persistir em permitir que a eficácia e eficiência da resposta da autarquia aos problemas da cidade se deteriorem, com prejuízo da qualidade de vida dos portuenses, pode contar com cada vez mais lobos e menos cordeiros”, alertou Alberto Machado, presidente da Concelhia do PSD/Porto, em resposta a declarações feitas no sábado pelo independente Rui Moreira sobre “subsidiodependência na Cultura”.
Num comunicado enviado à Lusa, o “PSD do Porto aconselha Rui Moreira a concentrar-se menos nos partidos da oposição e mais na falta de eficácia da atual resposta autárquica aos graves problemas da cidade, como a falta de mobilidade e a falta de resposta social adequada aos sem-abrigo”.
O PSD defendeu ainda “uma política de apoios à produção cultural que, ao invés duma visão dirigista e centralista do município erradamente assente em políticas de gosto, permita aos diversos agentes culturais espaço para afirmação da diversidade e pluralismo cultural no Porto”.
O independente Rui Moreira afirmou no sábado que é preciso “tirar rapidamente a capa dos cordeiros que afinal são lobos”, porque “eles andam aí e podem voltar”, com um discurso “economiquês” da “subsidiodependência na cultura”.
“Quando julgávamos que isto estava esquecido, ouvimos falar outra vez na sustentabilidade económica da Cultura. Qualquer dia voltam ao tema - tão quente para alguns e tão frio para nós, da subsidiodependência. Nesta matéria não podemos ter dúvidas. Não podemos voltar a ter um discurso virado para o 'economiquês' na Cultura. Temos de ter a coragem de estar atentos e tirar rapidamente a capa dos cordeiros que afinal são lobos, porque eles andam por aí e, acreditem, podem voltar”, afirmou o autarca, que teve o seu primeiro marcado pela afirmação de uma “rutura” em relação à política cultural do seu antecessor, Rui Rio, atual líder do PSD.
Para a concelhia do PSD/Porto, Moreira “alertou para os lobos com pele de cordeiro” em “tom de resposta à recente tomada de posição do PSD do Porto, sobre a criação da sexta empresa municipal na cidade”.
“O PSD do Porto reitera que a maior ou menor aposta no sector cultural pode e deve ser independente da criação de novas e pesadas estruturas municipais”, escreve Alberto Machado, lembrando que o orçamento da Câmara do Porto para a Cultura ascende em 2018 a 7,2 Milhões de Euros.
Os social-democratas do Porto afirmam ainda ser “a favor da aposta na Cultura como elemento de afirmação internacional da cidade do Porto”, bem como da “defesa e salvaguarda da identidade cultural do Porto como elemento diferenciador e distintivo da cidade”.
“O PSD do Porto não aceita que o presidente da Câmara se posicione como único defensor da aposta cultural na cidade, relembrando que eventos culturais de grande dimensão que contribuíram para a afirmação internacional da cidade, como por exemplo, o NOS Primavera Sound ou o D'Bandada são anteriores à sua chegada à câmara”, refere Alberto Machado.
Segundo notícias divulgadas esta semana, a criação da Empresa Municipal de Cultura do Porto (EMCP) foi chumbada pelo Tribunal de Contas (TdC).
Na quarta-feira, a autarquia revelou à Lusa que vai recorrer do chumbo, confiando que as dúvidas levantadas por aquele organismo ficam “esclarecidas” com a resposta.
A Concelhia PSD/Porto exigiu ao presidente da câmara "explicações urgentes" sobre o chumbo à criação da Empresa Municipal de Cultura, reiterando que "sempre foi contra" a estrutura.
A Câmara do Porto reagiu, afirmando em comunicado que nunca divulga acórdãos não transitados em julgado e considerando que o PS e do PSD Porto, ao acusarem a autarquia de manter “segredo” sobre o chumbo prejudicaram “objetivamente a estratégia processual e jurídica da Câmara” no processo.
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