Segundo Rui Moreira autarca, o anterior líder portista, que faleceu, este sábado, aos 87 anos, foi "um lutador", destacando-se por transformar "aquilo que era um clube que tinha uma índole quase regional, num clube que deu cartas a nível europeu e a nível mundial", refere a autarquia em comunicado.

"Como expressão de uma justa homenagem, entendi decretar um dia de luto municipal no dia 17 de fevereiro de 2025 e manifestar profundo pesar e grande tristeza pelo falecimento de Jorge Nuno Pinto da Costa, dirigindo aos seus familiares, amigos, e a todos os desportistas, em particular aos sócios do Futebol Clube do Porto, as nossas condolências", refere Rui Moreira.

"Pinto da Costa não imaginava a sua vida sem o FC Porto". E é precisamente "essa dedicação total que acaba por marcar aquilo que foi a sua participação cívica", aponta Rui Moreira, ao elogiar a "capacidade de missão" do ex-líder, "que ele confundia com a sua própria vida".

Recorde-se que Jorge Nuno Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto, clube no qual se estabeleceu como dirigente mais titulado e antigo do futebol mundial entre 1982 e 2024, morreu ontem aos 87 anos, vítima de cancro.

Pinto da Costa tinha sido diagnosticado com um cancro na próstata em setembro de 2021 e agravou o seu estado de saúde nas últimas semanas, menos de um ano depois da derrota para a presidência do clube frente a André Villas-Boas.

Empossado pela primeira vez em 23 de abril de 1982, seis dias depois de ter sido eleito sem oposição como sucessor de Américo de Sá, o ex-dirigente exerceu funções durante 42 anos e 15 mandatos consecutivos, levando o FC Porto à conquista de 2.591 títulos em 21 modalidades - 69 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.

"Proporcionou muitas alegrias a imensa gente, a pessoas muito simples que pouco ou nada têm e que encontraram no FC Porto de Pinto da Costa um instrumento da sua felicidade. Devemos-lhe seguramente essa homenagem", nota ainda o presidente da Câmara do Porto, ao recordar que o ex-dirigente portista "alterou profundamente a forma identitária" da cidade, promovendo uma "importante descentralização do futebol".

O autarca portuense lamenta assim perda de uma "incontornável figura da região e do país", que "além de um líder do desporto, foi também um líder político". Enquanto presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira sublinha "a normalização" da relação "entre o poder político e o FC do Porto, que tinha sido interrompida durante alguns anos".

O executivo anunciou ainda que a fachada da Câmara Municipal será iluminada hoje à noite e na segunda-feira com as cores do clube, de azul e branco.