A polícia “não sairá das ruas e utilizará, se necessário, equipamentos especiais e armas de combate”, disse o ministério.
De acordo com as autoridades bielorrussas, tais medidas são justificadas pelo facto de “as manifestações, que se deslocaram principalmente para Minsk, se terem tornado organizadas e extremamente radicais”.
Estas declarações surgem um dia depois de novas manifestações contra a reeleição do Presidente Alexander Lukashenko terem ocorrido em várias cidades da Bielorrússia e das autoridades do país, através do Ministério do Interior, terem confirmado a detenção de 713 pessoas durante os protestos, das quais 570 permanecem sob custódia policial à espera de serem presentes a um juiz.
Várias dezenas de pessoas sofreram ferimentos, segundo denunciaram, por sua vez, ativistas locais de direitos humanos, considerando que a repressão exercida pelas forças policiais no domingo foi uma das mais duras em várias semanas de protestos.
Desde as contestadas eleições presidenciais de 09 de agosto, que atribuíram a Lukashenko, no poder há 26 anos, um sexto mandato e que a oposição bielorrussa considera como fraudulentas, centenas de milhares de bielorrussos têm saído às ruas (normalmente ao domingo) em protesto, manifestações essas que têm sido marcadas por uma forte e violenta repressão pelas forças de segurança da Bielorrússia.
O domingo passado não foi exceção e várias cidades bielorrussas foram palco de protestos anti-Lukashenko, com a capital do país, Minsk, a acolher a maior manifestação.
O grupo de defesa dos direitos humanos bielorrusso Viasna estima que cerca de 100 mil pessoas participaram na manifestação dominical em Minsk.
Segundo os relatos, citados pelas agências internacionais, as forças policiais tentaram rapidamente dispersar os manifestantes em Minsk com jatos de água, granadas atordoantes e bastões, de forma a impedir que grupos de pessoas, que estavam em diferentes locais da cidade, se juntassem numa grande manifestação.
Os chefes da diplomacia da União Europeia (UE) acordaram hoje, entretanto, avançar com sanções contra o Presidente bielorrusso, reforçando assim as medidas restritivas adotadas contra os repressores das manifestações realizadas no país.
“Hoje, os ministros [dos Negócios Estrangeiros] confirmaram que Lukashenko carece de qualquer legitimidade democrática e deram a sua ‘luz verde’ política para [a UE] começar a preparar o próximo pacote de sanções, que irá incluir o próprio Lukashenko”, declarou o Alto Representante para Política Externa, Josep Borrell.
A informação foi avançada poucas horas depois de o Conselho da UE ter informado, em comunicado, que os ministros dos Negócios Estrangeiros tinham manifestado a sua “disponibilidade” para reforçar as sanções aplicadas aos repressores dos protestos na Bielorrússia, admitindo abranger Lukashenko nas medidas restritivas “caso a situação não melhore”.
E surge também depois de um primeiro pacote de medidas restritivas — incluindo limitações à circulação ou congelamento de bens e contas — que abrangeu cerca de 40 personalidades ligadas ao regime bielorrusso e que foi oficialmente aprovado pelo Conselho Europeu há duas semanas.
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