Donald Trump chamou Anthony Scaramucci, um investidor de Wall Street, esta manhã, à Casa Branca, para lhe oferecer o cargo de diretor de comunicação. Convite que foi prontamente aceite, segundo os órgãos de comunicação norte-americanos. No entanto, foi pedido a Sean Spicer que continuasse a trabalhar juntamente com a sua administração. Este rejeitou e apresentou a sua demissão.
A notícia está a ser avançada pelo The New York Times que indica que Spicer não concorda com a nomeação levada a cabo pelo presidente norte-americano, considerando-a um "grande erro". Ainda segundo a publicação, Scaramucci tem um historial tenso com Spicer e também com Reince Priebus, chefe de gabinete da Casa Branca.
A nomeação de Scaramucci, de acordo com o mesmo jornal, contou com o apoio de Ivanka Trump, o seu cunhado e um dos principais conselheiros, Jared Kushner e o do Secretário do Comércio, Wilbur Ross.
Em maio passado, Mike Dubke, antigo Diretor de Comunicação da Casa Branca, apresentou a sua demissão. Este havia trabalhado estreitamente com Sean Spicer, o rosto público do Governo norte-americano, que assumiu o cargo no seguimento do seu afastamento.
Dubke teve de lidar com numerosas polémicas, como o despedimento do ex-diretor do FBI, James Comey, que dirigia a investigação desta agência sobre os laços entre a Rússia e a campanha presidencial de Trump.
Antigo porta-voz e estrategista do Comité Nacional Republicano, era frequentemente alvo da ira do Presidente Trump durante os primeiros meses de uma administração onde trazia discórdia e intriga.
A passagem de Spicer pela Casa Branca fica marcada por vários episódios insólitos durante os seus 'briefings' à comunicação social. Durante um desses encontros diários com os jornalistas, comentando o uso de gás sarin na Síria, o norte-americano afirmou que Adolf Hitler “não tinha sido tão baixo ao ponto de usar armas químicas”.
O comentário provocou censuras imediatas de críticos, que salientaram que a afirmação ignora o uso por Hitler de câmaras de gás para exterminar judeus durante o Holocausto.
Esta demissão acontece num momento em que a administração de Donald Trump enfrenta inquéritos sobre um alegado conluio entre a campanha do candidato republicano e o Kremlin, que visava prejudicar a candidatura democrata, no caso, de Hillary Clinton.
Comentários