O eurodeputado Sebastião Bugalho e outros membros da comissão de acompanhamento eleitoral do grupo parlamentar europeu Partido Popular Europeu (PPE) foram hoje impedidos de entrar na Venezuela, país que irá a eleições este fim-de-semana.
Segundo a SIC Noticías, foram todos embarcados no primeiro voo para Madrid. A comitiva onde Bugalho estava integrado é composta por dez deputados do PPE.
Na rede social X, o líder do PP espanhol, Alberto Núñez Feijóo, escreveu "Exijo a libertação imediata e que o Governo de Espanha forneça os meios necessários para o efeito", publicando também uma foto da comitiva.
Também o Presidente do Panamá José Raúl Mulino denunciou hoje que um avião que transportava vários ex-chefes de Estado que viajavam para a Venezuela para participar como observadores nas eleições de domingo foi impedido de levantar voo.
“O avião da Copa [Airlines] que transportava a [antiga] Presidente Moscoso e outros ex-Presidentes para a Venezuela não foi autorizado a levantar de Tocumen, enquanto permanecessem a bordo, devido ao bloqueio do espaço aéreo venezuelano”, adiantou o chefe de Estado do Panamá na sua conta na rede social X.
Mais de 21 milhões de venezuelanos estão habilitados a votar nestas eleições presidenciais, cuja campanha eleitoral ficou marcada por um clima de grande tensão no país, em plena crise económica, social e política.
O atual chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), vai concorrer pela terceira vez para mais um mandato de seis anos.
Maduro enfrenta nas urnas Edmundo Gonzalez Urrutia (do Mesa de Unidade Democrática/MUD), o candidato da oposição que a maioria das sondagens coloca na liderança, embora sejam desvalorizadas pelo partido do Presidente, alegando que são fabricadas.
A organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos Foro Penal denunciou hoje que 135 pessoas foram detidas no país, no âmbito da campanha da oposição para as eleições de domingo, 47 das quais continuam presas.
A oposição tem denunciado há semanas uma “perseguição política” do poder com várias detenções, bem como encerramentos administrativos e multas impostas a comerciantes, hotéis ou restaurantes que trabalham com a oposição.
O Governo venezuelano acusa regularmente a oposição de fomentar conspirações contra o Presidente Nicolás Maduro.
Com Lusa.
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