"A mim dá-me uma grande alegria pessoal, porque o ser Presidente da República dá algumas alegrias e, também, de vez em quando, dá uma ou outra tristeza. No rol das alegrias destes cinco anos de mandato vai estar a possibilidade de promover o livro em Portugal", declarou.
"Isso dá-me muita felicidade", acrescentou.
O chefe de Estado falava num palco ao ar livre, montado no Pátio dos Bichos do Palácio de Belém, perante uma plateia de convidados composta, sobretudo, por diplomatas acreditados em Lisboa, onde estavam também os ministros da Cultura, Luís Castro Henriques, e da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
A 2.ª Festa do Livro em Belém, que conta com cerca de 50 editoras e tem uma programação cultural que inclui teatro, poesia, debates, música e cinema, começou com a peça "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente, interpretada por atores do Teatro Nacional D. Maria.
Falando em inglês, para os membros do corpo diplomático, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que Gil Vicente escreveu, há 500 anos, "peças de teatro e poemas muito polémicos" e enquadrou a peça: "É a história de um barco que ia para o inferno. E quem ia para o inferno, adivinhem? Os políticos, alguns padres - imaginem, naquela época -, os advogados".
O Presidente da República disse aos convidados que esta 2.ª edição da Festa do Livro vai terminar com um concerto de Luísa Sobral e revelou que "esteve para ser Salvador Sobral, mas por razões de saúde não foi possível".
Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a homenagem que vai ser prestada a Maria Barroso, "uma grande atriz e uma grande personalidade política, como o seu marido, também Presidente, Mário Soares", na sexta-feira, com a exibição do filme "Mudar de Vida", de Paulo Rocha, realizado em 1966.
Neste primeiro dia de Festa do Livro, que decorrerá até domingo, Marcelo Rebelo de Sousa percorreu todas as bancas de livros e cruzou-se com autores como Alice Vieira, Richard Zimler e Joaquim Vieira.
O chefe de Estado referiu que vão estar em Belém nestes quatro dias "150 autores".
Realizada em parceria com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), esta iniciativa do Presidente da República levou no ano passado cerca de 24 mil pessoas aos jardins do Palácio de Belém, em Lisboa.
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