De acordo com um comunicado divulgado hoje pelo sindicato, que espera uma adesão forte à paralisação, os trabalhadores do grupo Águas de Portugal no setor captação, tratamento, distribuição e tratamento da água estão "fortemente mobilizados para realizar a maior paralisação nos últimos vinte anos com a greve de âmbito nacional", referindo que "existe a posibilidade de água faltar nas torneiras em algumas regiões".
Questionada sobre eventuais problemas no abastecimento, fonte oficial da AdP disse que "a obrigação de assegurar serviços mínimos é de quem propõe a realização da greve, tendo estes sido concertados entre as empresas do Grupo AdP e os sindicatos".
A marcação greve foi decidida após “dezenas de plenários, ações de distribuição de propaganda e contactos com a população”, lê-se no comunicado.
Estes trabalhadores estão em luta pelo aumento dos salários, a uniformização dos direitos, a regularização dos vínculos precários, a atribuição de carreiras e categorias que correspondam às profissões efetivas e o estabelecimento de sete horas diárias e 35 horas semanais.
Fonte oficial da AdP explicou que "estão em curso negociações" com os sindicados relativas ao Acordo Coletivo de Trabalho, processo negocial que "foi alvo de um protocolo assinado entre as partes" no final de fevereiro passado e que "prevê a conclusão do processo negocial num prazo de seis meses".
"Decorrido um terço desse prazo acordado, a administração do Grupo Águas de Portugal mantém o seu empenho e compromisso na concretização deste processo", realça a mesma fonte.
Durante a manhã de terça-feira os trabalhadores e dirigentes sindicais vão concentrar-se junto da Águas do Tejo Atlântico – ETAR de Alcântara, em Lisboa, da Águas da Região de Aveiro e da Águas do Centro Litoral, ambas localizadas em Aveiro, e em frente da SIMARSUL, no Seixal.
"Tal como a generalidade dos portugueses, também os trabalhadores da AdP sofreram uma tremenda degradação do poder aquisitivo, em consequência do congelamento dos salários e das progressões na carreira", recorda o STAL, acrescentando que "há trabalhadores em empresas do grupo que auferem 586 euros de salário desde 2009 e cerca de 700 trabalhadores tem um salário inferior a 750 euros".
No final de março, os trabalhadores do grupo AdP, reunidos em plenário, decidiram avançar com uma greve, caso a empresa não respondesse positivamente às propostas de aumento salarial e uniformização de direitos, nomeadamente nos subsídios.
Na altura, as comissões de trabalhadores do grupo AdP consideraram que a falta de funcionários e a precariedade laboral vivida naquelas empresas podem comprometer o serviço público que prestam.
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