A acusação, avançou o sindicato no seu site, deve-se às “tentativas ilegais de ameaçar e intimidar os trabalhadores que defendem os seus direitos através de atividades concertadas e protegidas, tais como greves”.
As declarações em causa foram feitas durante uma conversa de duas horas entre Elon Musk e Donald Trump na rede social X, na noite de 12 de agosto, em que Trump defendeu a prática de despedir trabalhadores em greve e elogiou Musk por isso.
“Quer dizer, eu olho para o que tu fazes”, disse Trump a Musk. “Chegas e dizes, querem ir embora? Se declaram greve, não vou mencionar o nome da empresa, mas declaram greve e tu dizes, ‘Tudo bem, vais para rua. Todos para a rua. Cada um de vocês para a rua'”.
Um dos mais poderosos sindicatos do país, com 400 mil sindicalizados, o United Auto Workers lembrou que “segundo a lei federal, os trabalhadores não podem ser despedidos por fazerem greve, e ameaçar fazê-lo é ilegal de acordo com o Regulamento de Relações Laborais”.
Em 2022, Elon Musk comprou o Twitter e despediu a maior parte dos funcionários. O milionário tem estado envolvido em processos judiciais relativos à infração de leis laborais.
“Quando dizemos que Donald Trump é uma fura-greves, é isto que significa”, afirmou o presidente do sindicato Shawn Fain.
Fain acrescentou que Trump “vai sempre estar contra os trabalhadores que defendem os seus direitos e a favor de bilionários como Elon Musk, que está a contribuir 45 milhões de dólares por mês a um Super PAC (fundo para despesas eleitorais) para o eleger”.
Musk, que é conhecido pelas suas posições anti-sindicatos, já negou que esteja a dar somas avultadas à campanha de Trump e escreveu no X que Fain vai acabar com problemas na justiça tal como os seus últimos antecessores.
“Tanto Trump e Musk querem que a classe trabalhadora fique sentada e calada, e ambos riem disso abertamente”, criticou Shawn Fain. “É repugnante, ilegal e totalmente previsível destes dois palhaços”.
O UAW deu o seu apoio público a Kamala Harris, a candidata presidencial democrata, numa altura em que a campanha de Donald Trump está a tentar obter mais apoios de sindicatos.
Fain foi a cara mais visível da greve simultânea que paralisou as maiores construtoras automóveis no ano passado, General Motors, Ford e Stellantis.
A conversa no X Spaces foi ouvida por 2,1 milhões de utilizadores, após um atraso de 45 minutos por dificuldades técnicas. O evento marcou o regresso de Trump à rede social, onde tem 89,1 milhões de seguidores, após ter sido banido do então Twitter em 2021 pela desinformação que culminou no ataque ao Capitólio de 06 de janeiro.
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