Oito transportadoras do grupo Barraqueiro cumprem hoje uma greve de 24 horas para reivindicar aumentos salariais, uma paralisação que envolve cerca de um milhar de trabalhadores, segundo a Fectrans.
Em declarações hoje à agência Lusa, Fernando Penida, da Fectrans, adiantou que a adesão à greve, em termos globais e em números ainda provisórios, ronda os 70%.
“Às 10:00 temos indicação de que a adesão na Boa Viagem é de 95%, na Mafrense 25 a 35% e na rede de expressos da Estremadura 15%. No global temos cerca de 70%”, disse, remetendo para mais tarde número mais concretos.
No entanto, em declarações à Lusa, Luís Cabaço Martins, membro do conselho de administração do Grupo Barraqueiro, adiantou que às 09:30 a adesão à greve era de cerca de 5%, um número ainda provisório.
“É uma adesão bastante fraca. Digamos que é uma adesão que corresponde àquilo que nós pensamos que é o razoável, isto é, a generalidade dos trabalhadores percebeu que nós temos hoje na Barraqueiro Transportes um salário base muito superior àquilo que é pago na generalidade das empresas por força do próprio contrato coletivo assinado com o mesmo sindicato”, indicou.
De acordo com Luís Cabaço Martins, na Barraqueiro Transportes “há uma diferença no salário base dos motoristas de cerca de 60 euros para mais”.
“Temos uma política de aumento salarial sempre acima da inflação. Para nós esta greve era completamente injustificada. A Barraqueiro Transportes é a empresa que paga melhor em Portugal, tem um salário base 60 euros acima daquilo que foi acordado entre a associação do setor e o sindicato, portanto, para nós, é uma situação inaceitável e impensável estarmos a negociar salários superiores a isso”, disse.
Luís Cabaço Martins disse ainda que a greve está a ter um impacto reduzido junto dos passageiros.
A paralisação decorre entre as 03:00 horas de hoje e as 03:00 de sábado, envolvendo as transportadoras Boa Viagem, Estremadura, Mafrense, Barraqueiro Alugueres, Barraqueiro Oeste, estas da empresa Barraqueiro Transporte, e ainda as empresas Isidoro Duarte, Rodoviária do Alentejo e JJ Santo António.
Em declarações à agência Lusa, o coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, referiu que o protesto pretende reivindicar aumentos salariais, ressalvando que cada empresa terá a suas especificidades.
“Essencialmente, aquilo por que lutamos é por aumentos salariais, mas não podemos falar num valor porque cada empresa tem as suas especificidades”, apontou, queixando-se de que as negociações com a administração destas empresas têm sido “infrutíferas”.
Os trabalhadores estavam cerca das 10:00 concentrados em frente à sede da Barraqueiro, no Campo Grande, em Lisboa.
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