O presidente do Sindepor, Carlos Ramalho, citado em comunicado, avança que “a greve abrange os Açores e Madeira, apenas para dar oportunidade a estes colegas de se solidarizarem com os enfermeiros do continente”, realçando a “abertura negocial” que tem havido nos dois arquipélagos, que “já trouxe resultados concretos” para os enfermeiros que lá trabalham.
Sobre os motivos da paralisação, Carlos Ramalho afirma que, “infelizmente, o atual Governo” não lhes dá alternativas: “Tivemos mesmo de avançar para a greve, num dia que deveria ser de celebração de uma classe profissional essencial à vida dos cidadãos”.
O dirigente recorda as várias tentativas que o sindicato fez recentemente para retomar negociações com o Ministério da Saúde.
“Do outro lado é o completo autismo, o que acaba por não surpreender assim tanto, num Governo com muitas dificuldades em resolver os seus próprios problemas. Desta forma não podem restar energias e capacidades para resolver os muitos problemas que afetam os enfermeiros e a enfermagem”, lamenta Carlos Ramalho.
Entre as reivindicações que levaram o Sindepor a marcar esta greve, destaca-se a contratação imediata de enfermeiros com vínculos estáveis de forma a respeitar as dotações seguras e conferindo autonomia às instituições para o fazerem; abertura de concursos para as várias categorias de enfermeiro e conclusão dos que estão em curso, bem como a aplicação correta do Decreto Lei 80-B/2022 com pagamento de retroativos a 2018.
Acresce a abertura de negociações para a definição e aprovação de uma nova carreira de enfermagem que valorize a profissão, corrija desigualdades, injustiças e discriminações, compense o risco, desgaste rápido e penosidade da profissão, preveja condições específicas de acesso à reforma sem penalizações, a revisão da tabela salarial e dos tempos de progressão e a reforma do atual sistema de avaliação (SIADAP) por forma a adaptar-se às características específicas da profissão.
Hoje, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) também anunciou uma greve para o Dia Internacional do Enfermeiro acompanhada de uma concentração em frente ao Ministério da Saúde para exigir melhores condições de trabalho e a contratação de mais profissionais.
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